Uma frase de Luis Pasteur que muito ouvi durante o curso e que resume exatamente o que é a Medicina Veterinária.

No passado dia 4 de outubro, celebrou-se o Dia Mundial do Animal e o dia Nacional do Medico Veterinário.

A medicina veterinária é a ciência do coletivo, uma das profissões mais completas do mundo, que garante a eficácia das ações em saúde pública com redução dos riscos para a saúde global.

A sua atividade encontra-se regulada desde 1991, ano em que foram aprovados os Estatutos da Ordem dos Médicos Veterinários. Uma profissão que, nos últimos 30 anos, se confronta com renovadas e maiores exigências, quer técnicas, quer científicas e com cada vez mais responsabilidade social.

Este profissional já não é visto apenas como o “médico dos animais”, estando presente em outras áreas como é o caso da qualidade e segurança alimentar, a proteção ambiental e vigilância epidemiológica.

Por exemplo, os produtos de origem animal presentes nas nossas mesas contam com o trabalho atento de um médico veterinário, garantindo a sua segurança e qualidade.

Por outro lado, as alterações climáticas, o crescimento populacional e a globalização, são fatores relacionados com o surgimento de novas doenças infeciosas, como é o caso da COVID-19. A atuação do médico-veterinário na vigilância epidemiológica é fundamental no combate a zoonoses e novas epidemias.

 

Dessa forma, saúde animal e saúde humana estão intimamente ligadas.

É o médico veterinário o responsável pela vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental, permitindo que esta simbiose, entre humanos e animais, seja adequada e segura, promovendo a proteção da vida e a promoção do bem-estar e segurança do ser humano.

Surge assim, um novo conceito, One Health – Uma só Saúde.

Criado pela Organização Mundial da Saúde em conjunto com a Organização Mundial de Saúde Animal e com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, serve para demonstrar que a saúde humana, a saúde animal e o meio ambiente são inseparáveis, além de relacionar políticas públicas e efetivas para prevenção e erradicação de doenças.

Assim, a existência de uma assistência médico-veterinária de qualidade na nossa Região deve ser motivo de orgulho e sentimento de segurança por todos nós e principalmente por parte de quem nos governa e nunca motivo de desdém.

Como ficou provado quando, numa secção plenária do Parlamento dos Açores, o Secretário Regional da Agricultura, António Ventura, acabou mesmo por acusar os médicos veterinários de “andarem a sacar dinheiro às pessoas”.

Estas declarações foram graves, colocaram em causa a idoneidade de toda uma classe e faltaram ao respeito a todos os profissionais que dedicam a sua vida a garantir a segurança e o bem-estar de muitas outras vidas.

Mas em boa hora, talvez em jeito de consciência pesada ou de tentar remediar o que tinha dito, reconheceu, nas últimas comemorações do Dia do Medico Veterinário, as qualidades e importância destes profissionais. Mais vale tarde do que nunca, mas, a verdade, é que um pedido de desculpa formal e público, a tempo e horas, tinha caído muito melhor.

A quem nos governa cabe dar o exemplo! Assumir que se errou e pedir desculpa é o melhor exemplo de humildade que este governo tanto apregoa, mas que tão pouco pratica.

Um pedido de desculpa formal e público, a tempo e horas, teria sido a forma mais correta de dizer a todos os Médicos Veterinários que a Região, efetivamente, está com eles e reconhece o seu valor!

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