O espaço AvistaVulcão vai assinalar o “aniversário” do vulcão dos Capelinhos, no Faial, lembrando a emigração açoriana para os Estados Unidos, com uma residência artística, um filme, uma exposição e um encontro popular marcado para domingo.

“Pelo terceiro ano consecutivo a AvistaVulcão celebra o aniversário do Vulcão dos Capelinhos da Casa da Missão, este ano tendo como tema a América. Assinalam-se os 65 anos do ‘Azorean Refugee Act’ e consequente vaga de imigração açoriana para os EUA, a última da época contemporânea”, adianta a equipa do espaço num comunicado enviado à agência Lusa.

O ‘Azorean Refugee Act’ 1958 foi uma legislação aprovada no congresso norte-americano para facilitar a entrada de açorianos no país devido ao vulcão dos Capelinhos, cuja erupção durou 13 meses, tendo acabado em 1958.

Sob a designação “É um Vulcão p’ra América”, as comemorações vão consistir numa residência artística do cineasta americano Bronte Stahl, que “cresceu perto da comunidade açoriana” no estado de Rhode Island.

“A presença constante de açorianos criou-lhe um permanente fascínio por esta comunidade e pelos seus traços identitários. A premissa da residência de Bronte Stahl nos Capelinhos, entre 18 de setembro e 01 de outubro, é a de trabalhar as imagens da diáspora açoriana”, lê-se na nota.

O resultado da residência vai ser apresentado no domingo, às 16:00 locais, num “encontro popular” na Casa da Missão, com a moderação do professor universitário Onésimo Teotónio de Almeida e a presença de pessoas que emigraram para os Estados Unidos aquando do vulcão.

A Casa da Missão é um local de residências e a moradia do cineasta Gonçalo Tocha e de Sophie Bárbara, os responsáveis pela AvistaVulcão, e foi assim designada por ter albergado diversos cientistas por altura da erupção do vulcão dos Capelinhos, conforme explicou Tocha à Lusa em outubro de 2021.

Integrada nas celebrações, a casa de artesanato do Capelo está a acolher até 27 de outubro uma exposição com “objetos dos tempos da emigração”, como barris, roupa ou fotografias, cedidos pelos habitantes do Faial.

“Esta pequena exposição faz uma homenagem às emoções desses tempos, que ainda pautam o dia-a-dia destas ilhas, quer seja nos objetos da América que temos em casa, quer seja no regresso dos nossos amigos e familiares americanos durante o verão”, explica a organização.

A erupção vulcânica junto aos ilhéus dos Capelinhos começou a 27 de setembro de 1957, após 12 dias de abalos sísmicos, causando uma vaga de emigração.

 

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