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A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) sinalizou hoje a “escassez de profissionais qualificados”, como médicos e enfermeiros, e defendeu a criação de um hospital universitário central para formação.

Na sequência da primeira reunião da Comissão Especializada da Saúde, a CCIPD considerou que esta lacuna de profissionais “reforça a pertinência da proposta para a criação de um hospital universitário central, na ilha de São Miguel, que possa contribuir para a formação de novos profissionais e dar resposta às necessidades estruturais da região”.

A CCIPD, de acordo com uma nota de imprensa, propõe “em complemento, e como medida de curto prazo”, a criação de um programa de apoio às deslocações de profissionais de saúde, para que possam “exercer atos médicos em períodos curtos, potenciando uma resposta mais célere e eficaz às necessidades da população”.

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A estrutura empresarial adianta que os valores atualmente definidos nas convenções com o Serviço Regional de Saúde (SRS) encontram-se, “em muitos casos, desatualizados, tendo em conta a evolução dos custos operacionais das empresas”.

Em causa estão fatores como o aumento do salário mínimo e a atualização dos contratos coletivos de trabalho.

“Esta situação coloca pressão sobre a sustentabilidade das entidades convencionadas e pode comprometer a continuidade dos serviços prestados. A atualização dos valores contratualizados revela-se, assim, uma medida essencial para garantir a estabilidade e a colaboração duradoura entre os setores”, defende o organismo.

Para a CCIPD, o desenvolvimento de ‘interfaces’ que facilitem a partilha segura de informação médica dos utentes “poderá traduzir-se numa maior eficiência na gestão clínica e numa melhoria significativa na continuidade e qualidade dos cuidados prestados”.

De acordo com a estrutura representativa dos empresários, embora as prescrições de exames e análises clínicas sejam já emitidas por via digital, o seu processo de operacionalização “ainda não está plenamente digitalizado, implicando impressões em papel e procedimentos manuais”.

A CCIPD recorda que, na sequência da reunião da CCIPD com o secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública, foi manifestada a intenção do Governo Regional em regularizar mais de 200 milhões de euros em dívidas às empresas e entidades do setor da Saúde.

Segundo o organismo, “a maioria das empresas presentes na reunião com a Comissão da Saúde confirmou que os pagamentos estão a ser processados ou que os respetivos procedimentos estão em curso, sendo expectável que, após a sua efetivação, se assegurem prazos de pagamento entre 60 e 90 dias”.

Importa, contudo, assinalar que, “em alguns casos pontuais, devidamente identificados, se mantém por regularizar o pagamento de juros de mora associados a dívidas vencidas, com situações que, por vezes, se prolongam há mais de três anos”, aponta a CCIPD.

 

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