O Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) está a realizar na ilha do Faial investimentos plurianuais cujo valor supera os 47 milhões de euros, disse hoje a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas.
Segundo Berta Cabral, 17 milhões de euros estão a ser investidos na construção da variante à cidade da Horta, que é considerada “a maior obra de infraestruturas viárias que alguma vez se fez na ilha do Faial e uma das maiores que se está a fazer a nível da região”.
A obra, “há muito esperada pela população”, está a ser construída com o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), afirmou.
“Mas não temos só a variante. Fizemos uma intervenção na Escola Manuel de Arriaga, que também está praticamente pronta (…). Temos também, como sabem, o [Tecnopolo] MARTEC em desenvolvimento, também um projeto PRR, da tutela da Secretaria Regional do Mar”, acrescentou a governante.
Berta Cabral falava na inauguração da empreitada de requalificação do complexo de infraestruturas do porto Pim, após danos causados pelo furacão Lorenzo, que atingiu o arquipélago em outubro de 2019.
A governante referiu ainda projetos ao nível da habitação e obras no Hospital da Horta, que considera “essenciais para criar melhores condições aos cuidados que aquela infraestrutura presta aos seus utentes”.
Em matéria de acessibilidades, a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores admitiu a continuidade da obra da variante, “no sentido de que é preciso repor condições na estrada regional que vem do aeroporto até à Horta”.
“Mas a verdade, também, é que não se podem repor essas condições antes de se concluir a obra da variante, porque há muito trânsito pesado a passar naquela estrada”, justificou, referindo que a intervenção naquela via será a “prioridade que se segue”.
No seu discurso alertou ainda que as estradas que não estão incluídas no PRR terão de ser executadas com verbas do Orçamento Regional.
Já o secretário regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, referiu que a intervenção hoje inaugurada no porto Pim, no valor de 800 mil euros, abrangeu três zonas distintas: aquário, muro e balneários.
Alonso Miguel explicou que a empreitada incluiu a recuperação do paredão de suporte e de proteção da via que faz a ligação entre a praia e as infraestruturas do aquário, a completa remodelação das instalações sanitárias e dos balneários e também do aquário.
A obra representou uma resposta da região face aos constrangimentos causados pela intempérie, que afetou várias ilhas e permitiu uma “valorização importante” da baía de porto Pim, “um elemento paisagístico central na cidade da Horta”, disse.
“Estas intervenções permitiram recuperar uma infraestrutura, designadamente a Casa do Tufo, que é um património histórico e cultural secular, que foi construído em 1836 pela Companhia de Pescarias Lisbonense e que teve sempre um papel fundamental no desenvolvimento económico e social da ilha do Faial e da região, primeiro como instalações de armazenamento e de secagem do bacalhau pescado na Terra Nova e depois ao ser reconvertida para uma estação de extração de óleo de baleia, em 1855, pelas mãos da família Dabney”, referiu.
O edifício foi recuperado em 2012 pelo Governo Regional e dá apoio ao desenvolvimento do conhecimento científico e à concretização de programas de conservação da natureza e também funciona como valência de cooperação entre diversas entidades no resgate, reabilitação e devolução ao meio natural de animais marinhos encontrados feridos.
O presidente da Câmara Municipal da Horta, Carlos Ferreira, também presente na cerimónia, referiu que as intervenções realizadas pelo Governo Regional são “fundamentais” para a baía do porto Pim, que possui “uma beleza invulgar”.