O grupo parlamentar do CHEGA/Açores voltou a confrontar o Governo Regional com os principais problemas que, no seu entender, continuam por resolver na Região, destacando as dificuldades nas áreas da habitação, saúde, transportes aéreos e marítimos, fiscalidade e burocracia.
Na interpelação ao Governo sobre o estado da Região, líder da bancada do CHEGA, criticou a ausência de respostas efetivas, sublinhando que “a falta de habitação tem sido uma das lutas e reivindicações do CHEGA, mas as soluções teimam em não chegar”.
O deputado salientou ainda os problemas no setor dos transportes aéreos, com especial incidência na operação da SATA, e alertou para a “elevada carga fiscal” que, segundo afirmou, “continua a penalizar fortemente famílias e empresas açorianas”.
Sobre as políticas de apoio à natalidade, Pacheco afirmou que “o problema não se resolverá com imigração”, mas sim com “apoio efetivo às famílias, fixando os jovens nas zonas rurais e priorizando o acesso às creches para os filhos de quem trabalha”. O deputado realçou que esta medida foi proposta pelo CHEGA, apesar de ter sido, segundo disse, alvo de “ataques vis”.
Também a deputada Olivéria Santos usou da palavra para se centrar na área da saúde, questionando o executivo regional sobre os investimentos previstos para o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, na sequência do incêndio ocorrido em março de 2024. “Estamos a falar da saúde de todos os Açorianos e das condições de trabalho dos profissionais do maior hospital dos Açores. É preciso resolver este problema sem mais demoras”, afirmou.
Já Francisco Lima destacou as falhas nos transportes marítimos, classificando-os como “cruciais” para a economia açoriana e para os empresários das ilhas, mas lamentou a “falta de regularidade e previsibilidade”, que compromete o crescimento económico da Região.
O parlamentar aproveitou ainda para criticar a atuação do Bloco de Esquerda, acusando-o de “ataques ideológicos” ao Alojamento Local e à autonomia fiscal da Região. “Enquanto o Bloco defende o aumento de impostos, está a atacar os pobres e não os ricos”, disse, lembrando que o Alojamento Local gerou em 2023 um contributo de 350 milhões de euros para o PIB regional e 3,4% do total do emprego.
Francisco Lima repudiou ainda a alegada defesa, por parte do BE, da ocupação ilegal de habitações, considerando esta posição “inconcebível num Estado de direito democrático”. Terminou dizendo que, apesar de o Bloco identificar alguns problemas reais, “as soluções propostas seriam ainda piores para a Região”.