O Chega/Açores alertou hoje para a falta de condições e “graves deficiências” no serviço de hemodiálise do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, onde 130 doentes fazem tratamento.
Segundo o partido, a situação foi referida numa reunião entre os deputados do Chega/Açores, José Pacheco e Olivéria Santos, e a delegação regional da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais.
Na ocasião, o presidente da delegação dos Açores da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (APIR), Osório Silva, abordou várias questões relacionadas com estes doentes e com os transplantados, alertando para “a falta de condições” no serviço na maior unidade de saúde dos Açores, onde se concentram 130 dos 450 insuficientes renais crónicos da região.
Entre as principais questões abordadas pela delegação dos Açores da APIR está o desinvestimento no serviço de hemodiálise no HDES, “a possível privatização da hemodiálise na região”, a questão do transporte de insuficientes renais, que é “apenas realizado pelas associações humanitárias de bombeiros” e “os largos meses” de espera para a realização de exames complementares para uma consulta de pré-transplante no continente.
Citado numa nota de imprensa divulgada pelo partido, o líder parlamentar do Chega/Açores, José Pacheco, recorda que, ao longo dos anos, o serviço de hemodiálise tem vindo a ser alvo de várias denúncias por “falta de condições”, apontando que o problema se agravou “com o incêndio e o gasto no hospital modular”.
O HDES, o maior dos Açores, foi afetado por um incêndio no dia 04 de maio de 2024, que obrigou à transferência de doentes para outras unidades de saúde da região e do país. Na sequência do incêndio, foi decidido instalar um hospital modular junto ao edifício, para assegurar os cuidados de saúde prestados pelo hospital até à sua requalificação.
“Parece que se abandonou a hemodiálise no hospital”, refere José Pacheco, líder do Chega/Açores, que considera que este serviço não está a funcionar em condições “há muito tempo”.
“É na maior ilha, onde existe o mais número de doentes, que o serviço está esgotado e não se melhora”, lamenta o deputado, considerando inadmissível que “quem sofre quatro horas numa cama a fazer tratamento”, não tenha “as mínimas condições” e ainda tenha “de esperar horas para poder ser transportado para casa”.