O projeto LIFE BEETLES, cofinanciado pela União Europeia, visa aumentar o estatuto de conservação de três espécies de escaravelhos endémicos dos Açores, sendo um contributo para a biodiversidade da Região, anunciou hoje o Governo açoriano.
Com uma duração de seis anos, que se estende até dezembro deste ano 2025, este projeto de conservação da natureza representa um investimento de cerca de 1,77 milhões de euros, cofinanciado em 55% pela União Europeia, segundo o executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM).
O projeto LIFE BEETLES tem como principal objetivo aumentar a população, a área de distribuição e o estatuto de conservação de três espécies de escaravelhos endémicos dos Açores: o escaravelho cascudo-da-mata (Tarphius floresensis), na ilha das Flores, o laurocho (Pseudanchomenus aptinoides), no Pico, e o carocho-da-terra-brava (Trechus terrabravensis), na Terceira.
Na terça-feira, o secretário regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, presidiu à inauguração da exposição de macrofotografia de insetos endémicos dos Açores “LIFE BEETLES: Pequenos em grande”, no Jardim Municipal das Lajes das Flores, tendo destacado a importância do projeto LIFE BEETLES – Bringng Environmental and Ecological Threats Lower to Endangered Species para uma estratégia concertada e de longo prazo.
Para Alonso Miguel, citado numa nota divulgada pelo executivo, “estes projetos, com forte comparticipação comunitária” e com coordenação da Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática, representam “uma oportunidade única para capacitar a Região no domínio da proteção dos recursos naturais”.
Esses projetos “são uma alavanca essencial para a implementação de políticas públicas ambientais de excelência, contribuindo para que o património natural açoriano, único e insubstituível, seja preservado, valorizado e transmitido às gerações futuras”, sublinhou o governante.
No caso das Flores, o titular pela pasta do Ambiente nos Açores adiantou que “a área de intervenção do projeto abrange cerca de 182 hectares, distribuídos pelas zonas dos Ferros Velhos, Lagoa Rasa e Ribeiras do Fundão e do Anel”, nas Lajes.
Na ilha têm sido desenvolvidas “intervenções de recuperação e renaturalização do habitat da espécie alvo nesta ilha, o escaravelho cascudo-da-mata, através do controlo e remoção de espécies de flora invasora, da plantação de cerca de 4.500 exemplares de espécies endémicas e da aplicação de soluções de engenharia natural em zonas de ribeira altamente degradadas”.
Alonso Miguel revelou que, no âmbito do projeto LIFE BEETLES, a Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática “investiu mais de 300 mil euros na ilha das Flores, tendo procedido à criação de três postos de trabalho locais, o que representa também um contributo relevante para a economia local e para a qualificação de recursos humanos na área ambiental”.
Na data em que se assinalou o Dia Mundial da Terra e o Dia Nacional do Património Geológico, Alonso Miguel destacou “a relevância do projeto LIFE BEETLES, pelo seu contributo sólido e consistente para a conservação da biodiversidade da Região, bem como pela sua capacidade de sensibilizar e aproximar as comunidades dos valores naturais que definem a identidade insular”.
O governante considerou que a exposição de macrofotografia, agora inaugurada, “assume um papel essencial para a aproximação da comunidade local aos insetos, um grupo de seres vivos que, muitas vezes, passa despercebido e que nem sempre é devidamente valorizado”.
Esta iniciativa pretende dar a conhecer o que de melhor se faz na Região em termos de investigação, conservação e educação ambiental, disse ainda.
Trata-se da segunda iniciativa do género nos Açores, e que tem percorrido as três ilhas abrangidas pelo projeto LIFE BEETLES, tendo já sido apresentada na Terceira e no Pico.
Para assinalar o Dia Mundial da Terra e o Dia Nacional do Património Geológico, a Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática tem programadas, até 30 de abril, cerca de duas dezenas de atividades de sensibilização ambiental, em todas as nove ilhas do arquipélago.