A Câmara do Comércio e Indústria da Horta (CCIH) e o município defenderam hoje que deve o Governo Regional dos Açores a recuperar as Termas do Varadouro, na ilha do Faial, para só depois concessioná-las a privados.
“Pensamos que, se calhar, devia ser primeiro um investimento público e depois a exploração ser privada”, disse o presidente da CCIH, Francisco José Rosa, numa audição na comissão de Economia da Assembleia Regional, reunida em Ponta Delgada.
O empresário foi ouvido pelos deputados a propósito de uma petição, com 1.246 subscritores, que exige a recuperação das Termas do Varadouro, na freguesia do Capelo, ilha do Faial, propriedade do Governo Regional, mas abandonadas há várias décadas.
Anteriormente, também numa audição parlamentar, a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, disse que o objetivo do executivo era conceder a exploração das águas termais a privados, que ficariam responsáveis pelas obras de recuperação do edifício, bem como a adaptação a empreendimento turístico.
“Devemos fazer uma concessão conjunta com possibilidade de fazer um empreendimento com outro fôlego, outra robustez e outra possibilidade de oferecer serviços diferenciados”, afirmou a governante, defendendo uma parceria entre o executivo regional e a Câmara da Horta para juntar ao edifício das termas um furo de captação de águas termais, que pertence ao município.
O presidente da Câmara Municipal da Horta, o social-democrata Carlos Ferreira, também ouvido hoje pelos deputados, admitiu uma parceria com o Governo de coligação (PSD/CDS-PP/PPM) para encontrar uma solução para as Termas do Varadouro, mas defendeu que, caso não apareçam investidores privados interessados, deverá ser o executivo a avançar com as obras.
“Se não houver investidores privados, mantemos a nossa posição: entendemos que deverá ser o Governo Regional a reabilitar as termas e a promover a sua concessão, para que possa servir o seu propósito”, insistiu o autarca.
Os peticionários lembram que o Governo Regional recuperou a Termas da Ferraria, em São Miguel, e as Termas do Carapacho, na ilha Graciosa, mas deixou as Termas do Varadouro “ao abandono”.
“A intervenção nas Termas do Varadouro ficou inexplicavelmente amarrada num processo confuso de enganos”, acrescentam os peticionários, que criticam a “dualidade de critérios” do executivo, que faz com que o edifício continue a “aguardar o milagre” de um investidor privado.