Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

“A taxa de risco de pobreza na nossa região é alarmante”, inquietou-se Francisco César, há cinco dias. E sublinho cinco dias, porque o alarme, infelizmente, é intemporal, vale tanto hoje como valia no passado. Com óbvias diferenças, como adiante veremos.

A certo tipo de gente dava jeito um apagão da memória, ou dos dados, coisa improvável e muito difícil nesta época da informática. Ora, uma das vantagens deste admirável mundo novo da tecnologia é evitar o apagão da memória e podermos seguir o rasto de cada um, o rasto do que fez, do que disse e dos seus silêncios. E depois em dois cliques obter a informação que outrora demorava tempo interminável a recolher. Afinal, como previa Toffler, lá atrás em 1990, o conhecimento é indiscutivelmente um dos novos poderes.

Deitando mão dos melhores motores de busca o resultado da pesquisa é peremptório: a pobreza só é assunto para Francisco César depois de 2020. Portanto, os pergaminhos na matéria são escassos e por razões óbvias que a inteligência do leitor dispensa e o limite de espaço recomenda.

Os gritos de indignação não resolvem problemas, nem alteram a realidade passada. Todos os indicadores da pobreza são hoje melhores do que na última década – taxa de risco de pobreza e exclusão social, pobreza monetária e privação material e social severa. Os relatórios nacionais, de entidades oficiais e académicas, comprovam o caminho bem sucedido que os Açores estão a fazer. Dizer o contrário é falso, por mais repetido que seja. E desmotiva. Aliás, na política, nada adianta proclamações vistosas com passado sombrio.

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