O presidente do Governo açoriano considerou hoje que a instalação dos dois radares meteorológicos nos Açores “cumpre um direito” da região a “uma vigilância meteorológica adequada”, colocando o arquipélago na “vanguarda” da monitorização.

José Manuel Bolieiro falava na inauguração do radar meteorológico das Flores, localizado no Morro Alto, num investimento global de cerca de 4,9 milhões de euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Além do radar das Flores, já foi instalado um segundo radar meteorológico em São Miguel, no Pico dos Santos de Cima.

O projeto incluiu ainda duas estações meteorológicas e dois detetores de descargas elétricas, localizados no aeroporto de Santa Cruz das Flores e no Nordeste.

O líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) sublinhou que este investimento reforça o papel dos Açores como “uma região de oportunidades” e um ponto estratégico para a partilha de conhecimento científico no contexto transatlântico.

Acompanhado pelo secretário regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, o presidente do Governo Regional disse que “os Açores não são apenas uma fronteira geográfica, mas uma referência estratégica que fortalece a relevância de Portugal no cenário internacional”.

Segundo o Governo Regional, os novos radares utilizam tecnologia Doppler de polarização dupla, capaz de detetar precipitação, granizo e saraiva num raio de até 300 quilómetros.

Esta capacidade permite monitorizar com precisão e em tempo real as condições atmosféricas, avaliar a intensidade das precipitações e prever o deslocamento de tempestades.

As informações recolhidas são visualizadas em imagens atualizadas de 5 em 5 minutos, essenciais para meteorologistas e para a emissão de avisos tempestivos à população e aos serviços de proteção civil.

A conclusão destes radares nos Açores completa a rede nacional de radares meteorológicos, um projeto iniciado nos anos 80 do século XX.

“Esta rede é fundamental para a deteção e monitorização de fenómenos meteorológicos adversos, contribuindo para a segurança das populações e a proteção de bens materiais”, destacou Bolieiro, segundo a nota divulgada pelo executivo açoriano.

Ainda de acordo com o Governo, além do valor científico e estratégico, o radar representa uma melhoria significativa na capacidade de previsão meteorológica, beneficiando setores como a navegação marítima e aérea, a agricultura e a proteção civil.

A capacidade de ‘nowcasting’ — previsão de curto prazo até três horas — aumenta a capacidade de resposta a fenómenos extremos, proporcionando maior segurança à população e visitantes, assinalou o executivo.

“Estamos a investir na segurança das nossas populações. Os Açores valem muito mais, faremos por potenciar este investimento”, garantiu José Manuel Bolieiro.

A cerimónia contou com a presença do presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), José Ângelo Guerreiro da Silva, e do diretor da delegação regional dos Açores, Carlos Ramalho.

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