O presidente do Governo dos Açores defendeu hoje a criação de planos de manutenção e de monitorização periódica das infraestruturas públicas, sobretudo as portuárias, face à ocorrência de fenómenos extremos e ao seu impacto na região.
“É preciso ganhar essa cultura estratégica de criar planos de manutenção, [e] periodicamente [de] monitorização, para que parte do investimento feito não se esgote no ato inaugural, mas [haja] um investimento planeado”, defendeu José Manuel Bolieiro.
O chefe do executivo açoriano de coligação PSD/CDS-PP/PPM falava hoje na cerimónia de inauguração das obras de reparação do molhe do porto das Lajes do Pico, na ilha do Pico, no segundo dia de uma visita estatutária à ilha.
No seu discurso, salientou a necessidade de fazer compreender à população e aos gestores do investimento público e privado da região, “da exigência de preservação de disponibilidades financeiras para o plano de manutenção”.
“Este exercício é geracional e é uma equação cada vez mais indispensável face a essa expectável força da natureza, com os fenómenos extremos que vamos ter no futuro e o impacto que têm nas nossas infraestruturas portuárias, marítimas, e, também, em todas as outras em terra”, vincou.
E concluiu: “Imponho, pois, que, mesmo na governação e no setor público empresarial regional, possamos conceber exatamente essa estratégia de monitorização para a reabilitação, para a manutenção, de uma forma constante”.
A obra hoje inaugurada nas Lajes do Pico, com um prazo de execução de cerca de três anos, custou cerca de 14 milhões de euros e foi comparticipada por verbas da República e da União Europeia.
A reparação do molhe do porto das Lajes do Pico, no seguimento da passagem do furacão Lorenzo pela Região Autónoma dos Açores, em outubro de 2019, foi realizada em duas fases distintas.
Segundo o executivo açoriano, a primeira fase correspondeu à reparação do molhe existente bem como ao reforço do quebra-mar.
A segunda fase dos trabalhos incluíram a ampliação do molhe e proteção do terrapleno, bem como a criação de uma infraestrutura de abastecimento de combustível às embarcações, uma nova zona acostável, a dragagem da zona circundante, a proteção das fundações do muro da marginal a nascente por talude em enrocamento e um novo molhe de proteção (com cerca de 60 metros de comprimento, para proteger o terrapleno existente a sul e o cais acostável).
A presidente da Câmara Municipal das Lajes do Pico, Ana Brum (PS), que também discursou na cerimónia inaugural, disse que a obra realizada é importante para a vila baleeira, que geograficamente se situa “abaixo do nível do mar”.
“É uma obra de grande envergadura, uma obra de grande importância. E a verdade é que nas últimas tempestades ela já demonstrou a importância que tem para a nossa vila”, afirmou a autarca.
O executivo açoriano cumpre hoje o segundo dia de uma visita estatutária à ilha do Pico, no grupo Central.
Segundo o Estatuto dos Açores, o Governo Regional tem de visitar cada uma das ilhas do arquipélago pelo menos uma vez por ano, com a obrigação de reunir o Conselho do Governo na ilha visitada.