O presidente do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, destacou hoje a “dimensão do mar” como “uma oportunidade em matéria de segurança e defesa”, salientando as vantagens que também poderá ter para o desenvolvimento da economia.

“A fronteira marítima que Portugal tem, muito à custa do mar dos Açores, a riqueza, não só da definição, da expressão fronteira ocidental da União Europeia, mas também o estudo e a avaliação dos recursos da coluna da água e do fundo do mar profundo, são vantagens para desenvolvermos a nossa economia, criar riqueza e empregabilidade, sermos competitivos e atrair e reter talentos nos Açores”, afirmou José Manuel Bolieiro.

O líder do executivo açoriano esteve hoje reunido em Bruxelas com diversas entidades para falar sobre as oportunidades dos Açores para a União Europeia, nomeadamente na dimensão do mar.

“Quero potenciar um entendimento da geocentralidade, neste caso e já na ultraperiferia, de uma região de oportunidades no domínio daquela que será a economia do futuro, a economia azul, a economia espacial, a economia do conhecimento e uma posição geostratégica e geopolítica relevante. É por isso importante Portugal, através dos Açores, mas também por inteiro, apresentar-se à União Europeia como um país de oportunidades”, afirmou o governante à saída da sessão de abertura da 164.ª sessão plenária do Comité das Regiões Europeu, em Bruxelas.

Admitindo que os Açores, enquanto região ultraperiférica, necessita de ajuda ao seu desenvolvimento, José Manuel Bolieiro considerou ser possível também engrandecer “a União Europeia, que lhe dá fronteira atlântica, que pode desenvolver e ser líder numa política de ‘atlantismo’ e que potencia uma visão mais ocidental das políticas da União Europeia”.

Apesar de afirmar que não se deslocou a Bruxelas de ‘mão estendida’, José Manuel Bolieiro recordou que está a ser preparado “um novo período de programação financeira plurianual, que tem de ser feito com antecedência”.

Por isso, acrescentou, é preciso também alertar para as “políticas que agora se desenvolverão com tendência para valorizar a competitividade, o crescimento, a segurança e a defesa e torná-las compatíveis com as políticas de coesão”.

Esta questão foi, aliás, um dos temas de conversa que manteve com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, confidenciou.

Hoje, o líder do executivo açoriano tinha encontros agendados com os chefes da delegação portuguesa no Parlamento Europeu, com os eurodeputados dos Açores e da Madeira, com o embaixador de Portugal junto da União Europeia, com o vice-presidente executivo e comissário para a Coesão e Reformas, Raffaele Fitto, e com a comissária para os Serviços Financeiros e União de Poupança e Investimento, Maria Luís Albuquerque.

Na quinta-feira, o chefe do Governo dos Açores estará presente na sessão solene de transição da presidência do Comité das Regiões, no Parlamento Europeu, momento que marca o fim do mandato do socialista açoriano Vasco Cordeiro e a eleição do novo presidente e vice-presidente daquele órgão.

José Manuel Bolieiro reunir-se-á também com o comissário para as Pescas e Oceanos, Costas Kadis, e participará na conferência “European Ocean Pact and Marine Protected Areas: the case of the Azores”, no Parlamento Europeu.

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