A Inspeção Regional do Turismo (IRTu), sob a tutela da Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, registou um total de 446 reclamações no último ano. Deste conjunto, 37 foram encaminhadas para outras entidades por não se enquadrarem na sua área de competência.
De acordo com os dados recentemente divulgados, das 409 reclamações analisadas, 27 foram submetidas através da plataforma do livro de reclamações eletrónico e 35 pelo sistema de reclamação eletrónica. As ilhas com maior concentração de serviços e atividades turísticas, nomeadamente São Miguel e Terceira, registaram o maior número de queixas.
Os estabelecimentos de alojamento turístico lideraram a lista de reclamações, representando 65,77% do total. Entre estas, 16% referem-se ao funcionamento e conservação das instalações e equipamentos, enquanto 53% dizem respeito à qualidade da prestação de serviços.
O ano de 2024 evidenciou um aumento expressivo das reclamações face a 2023, tendência que acompanha o crescimento da procura e da oferta turística na região.
Paralelamente, a IRTu intensificou a sua ação inspetiva, com a realização de 535 fiscalizações, abrangendo 216 alojamentos turísticos e 92 empresas de animação turística. No âmbito das inspeções ao alojamento turístico, foram identificadas 84 unidades a operar de forma ilegal e 64 em situação irregular. Além disso, foram realizadas 79 ações de deteção em locais de elevado interesse turístico, incluindo portos e aeroportos.
A IRTu alerta para a crescente sofisticação na dissimulação da oferta ilegal, o que dificulta a fiscalização. Contudo, sublinha que a maior parte das situações detetadas resulta na subsequente regularização da atividade.
Em 2024, foram conduzidas 148 ações direcionadas a alojamentos não registados ou licenciados, bem como a unidades com irregularidades, recorrendo-se à monitorização de plataformas de reserva online para identificar estas práticas.
A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, enfatiza que “a valorização do turismo regional depende diretamente da qualidade das experiências oferecidas, sendo que a fiscalização identifica e contribui para eliminar práticas inadequadas, além de servir como um meio pedagógico para os operadores e entidades exploradoras”.
O último ano ficou marcado por um crescimento expressivo da oferta turística nos Açores, tanto ao nível do alojamento como das atividades de animação turística. Paralelamente, a região continua a consolidar-se como um destino de eleição, com um aumento significativo da procura e uma progressiva redução da sazonalidade, refletindo o impacto positivo das estratégias implementadas.