Os deputados do PS à Assembleia Legislativa dos Açores, eleitos pelo Faial, Inês Sá e Lúcio Rodrigues, condenaram hoje a previsível redução do número de ligações aéreas da Azores Air Lines, entre Lisboa e a Horta, no próximo verão.

“Esta é mais uma afronta aos faialenses, com a cumplicidade do Governo Regional e da Câmara Municipal da Horta”, acusou a deputada socialista Inês Sá, em declarações aos jornalistas, no exterior do Aeroporto da Horta, acrescentando que a redução de dez para apenas nove viagens semanais entre Lisboa e a Horta, entre junho e setembro, representa um “atentado à mobilidade e ao desenvolvimento” da ilha do Faial.

O horário de verão da Azores Air Lines prevê nove ligações semanais entre Lisboa e a Horta (o mesmo que no verão de 2024), embora a companhia aérea tenha reforçado a operação, o ano passado, com um décimo voo, oferta que ainda não está disponível, no entanto, para este ano.

Os deputados socialistas lembram, ainda assim, que mesmo os dez voos semanais ficam muito aquém daquilo que o PSD e a Câmara Municipal da Horta (também gerida por um elenco social-democrata) exigiam, quando o PS governava na região (até 2020).

“Inclusivamente, reivindicavam 14 voos semanais entre Lisboa e a Horta, mas neste momento, nem 14, nem 12, e corremos o risco de nem ter 10”, ironizou a deputada socialista, advertindo para o impacto negativo que esta situação terá na economia local, no setor do turismo e na mobilidade dos faialenses.

Em 2014, o último ano em que a rota Horta/Lisboa/Horta era operada por duas companhias aéreas (TAP e SATA), foram realizados 14 voos semanais nos meses de verão, número que foi sendo reduzido, nos anos seguintes, depois da Azores Air Lines ter ficado sozinha a assegurar a rota, incluída nas obrigações de serviço público (OSP) no transporte aéreo entre o continente e as ilhas.

Os deputados do PS eleitos pelo Faial lamentam que os empresários que investiram no setor do turismo, na ilha, estejam a ser “prejudicados” pelas opções do Conselho de Administração da SATA, numa rota cuja taxa de ocupação média rondará os 85%, o que justificava “um reforço e não uma redução de ligações”.

“O turismo não se trata com três meses de antecedência. Precisamos de previsibilidade e estabilidade na oferta de voos, algo que, mais uma vez, nos está a ser negado”, sublinhou Inês Sá.

Entretanto, em comunicado, a Comissão Política do PSD do Faial, veio também criticar a redução das acessibilidades áreas à ilha, apesar do Aeroporto da Horta ter ultrapassado, pela primeira vez, em 2024, a barreira dos 300 mil passageiros, alcançando o seu máximo de sempre (um aumento de 15,7% nos passageiros desembarcados, em relação ao ano anterior).

“O PSD/Faial reitera a necessidade da realização de um número mínimo de dez voos semanais nos meses junho e setembro e de 14 voos semanais em julho e agosto, entre a cidade da Horta e o continente, para corresponder às necessidades de mobilidade da população faialense e à crescente procura turística”, insistiram os sociais-democratas.

O presidente da Câmara Municipal da Horta, o social-democrata Carlos Ferreira, anunciou, entretanto, que já solicitou, uma reunião com o Conselho de Administração da SATA, para falar sobre este assunto, que está agendada para as 15:30 desta terça-feira, em Ponta Delgada.

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