O Parque de Ciência e Tecnologia da Ilha Terceira (Terinov), nos Açores, e a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa assinaram hoje um convénio de cooperação, que prevê a realização de formações e projetos conjuntos.
“Para nós é fundamental que uma entidade como a Universidade Nova, através da Faculdade de Ciências e Tecnologia, tenha visto no Terinov um parceiro credível e confiável”, afirmou, em declarações aos jornalistas, o diretor executivo do Terinov, Duarte Pimentel.
O responsável do parque tecnológico disse que a Universidade Nova vem dar “uma resposta muito efetiva e muito capaz” às necessidades de capacitação das empresas.
“Nas diferentes áreas em que atua, é uma universidade de referência a nível nacional e internacional. Podermos contar com recursos da Nova disponíveis ao ecossistema do Terinov, claramente é uma mais-valia muito significativa para nós que operamos numa região ultraperiférica e distante dos grandes centros”, declarou.
Com este convénio, as empresas instaladas no parque têm acesso à consultoria da Faculdade de Ciências e Tecnologia, em áreas como eletrotecnia, sensorização remota ou internet das coisas.
“Ter estas pessoas e esta capacidade instalada à distância de um email ou de um telefonema é algo que é muito importante para este ecossistema e para as cerca de 90 empresas e entidades científicas que aqui operam diariamente”, salientou Duarte Pimentel.
A colaboração entre investigadores e empresários pode também conduzir a projetos conjuntos, que possam ser candidatados a fundos europeus.
“Tudo o que tem a ver com projetos, financiamentos europeus, com submissão de patentes, com o apoio em tudo o que pode, de alguma forma, garantir que aquilo que é desenvolvido nos Açores tem depois resultados e traz rentabilidade, também eles são um parceiro para fazer isso a nível europeu”, explicou o diretor executivo do Terinov.
Outra das áreas em que está prevista a colaboração entre as duas entidades é a formação, havendo já dois eventos agendados para a ilha Terceira.
Nos dias 08 e 09 de abril, haverá uma formação sobre internet das coisas direcionada para o setor da agroindústria.
“Os agricultores e técnicos das áreas podem vir ao Terinov, de forma gratuita, nesses dois dias, e aprender a programar, de forma muito simples e intuitiva, sistemas, por exemplo, de rega ou de monitorização climática nas suas parcelas de campo”, adiantou Duarte Pimentel.
Na segunda quinzena de junho, haverá também uma escola de verão, direcionada para alunos do ensino preparatório e secundário, com enfoque para a automação e a robótica.
Para o diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, José Júlio Alferes, é cada vez mais importante a atração de jovens para as áreas da ciência, tecnologia e engenharia.
“A oportunidade que nós temos, fora da nossa área geográfica, de motivar jovens, que depois podem não ir ter connosco logo, mas [estamos a] motivar jovens para estas áreas, que são importantíssimas para a sociedade, mas para as quais os jovens hoje em dia não estão a ser atraídos”, apontou.
O diretor da faculdade sublinhou que o Terinov “é um ‘hub’ de inovação muito ativo e muito tecnológico”, alegando que é importante criar colaborações com este tipo de empresas.
“Aquilo que procuramos para nos desenvolver mais e aplicar mais o que fazemos são empresas e ‘start ups’ tecnológicas, que façam coisas”, vincou.
José Júlio Alferes considerou que a colaboração “tem tudo para correr bem para ambas as partes”.
“Com a coordenação do Terinov, sempre que houver alguma coisa que eles achem que é das nossas áreas enviam-nos e nós indicamos os especialistas que podem ajudar e isto também é muito simbiótico, porque é assim que podemos ter casos concretos que depois nos permitem concorrer a projetos europeus em conjunto com o sistema tecnológico e a academia”, salientou.