O Chega/Açores defendeu hoje uma “solução célere” para “evitar mais problemas” no abastecimento da ilha das Flores, devido ao mau tempo que continua a condicionar o abastecimento por via marítima.
“Desde o dia 28 de dezembro, que o navio Margarethe não abastece a ilha das Flores e, até ao momento, nem sequer foi carregado na ilha de São Miguel, deixando os empresários revoltados e desmotivados, queixando-se de perdas colossais nos seus negócios e de não ter havido nenhum contacto por parte do Governo Regional”, referiu hoje o partido em comunicado.
O deputado do Chega/Açores, José Paulo Sousa, citado no comunicado, afirma tratar-se de “negligência, tanto da parte do Governo Regional [PSD/CDS-PP/PPM] como da empresa que presta o serviço”.
José Paulo Sousa lembra que o navio Thor B “já acostou duas vezes este mês nas Flores e no Corvo, demonstrando que poderia ter sido utilizado para transportar carga essencial, incluindo contentores de frio e bens de primeira necessidade”.
O deputado denuncia também que o transporte por via aérea “não é suficiente para transportar todos os bens perecíveis necessários, e tem causado grandes constrangimentos devido ao aumento exponencial de preço que, em alguns casos, chega aos 150%”.
O partido considera que o executivo regional “não pode demorar tanto tempo a tomar as diligências necessárias para garantir o abastecimento de bens essenciais na ilha das Flores, tal como só agora foi tomado com a ajuda da Força Aérea [Portuguesa]”.
“O Chega irá apresentar uma proposta formal que responsabilize o Governo Regional pelas eventuais perdas decorrentes desta crise e que obrigue o executivo a agir no tempo correto”, adianta José Paulo Sousa.
Para o parlamentar, “não é aceitável que a inércia e a falta de planeamento continuem a comprometer a qualidade de vida da população e a sustentabilidade das empresas na ilha das Flores”.
O Governo dos Açores informou hoje em comunicado que “já encetou várias diligências no sentido de assegurar soluções alternativas para o abastecimento da ilha das Flores, inclusivamente acionando os meios da Força Aérea Portuguesa para transporte de bens de primeira necessidade por via aérea, que será realizado amanhã [sexta-feira] se se verificarem as condições para a operação”.
A forte agitação marítima tem estado a condicionar o abastecimento regular às ilhas das Flores e Corvo, no grupo Ocidental do arquipélago.
Numa nota enviada às redações, o Governo açoriano refere que as previsões meteorológicas para os próximos dias “mantêm-se altamente limitadoras da operação marítimo-portuária”, continuando a condicionar o abastecimento à ilha das Flores, “pelo menos até à próxima terça-feira e em dias posteriores novamente”.
No entanto, segundo a Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, na quarta-feira “foi possível conduzir algumas operações de abastecimento”, devido a alguma melhoria do tempo, tendo sido dada prioridade aos navios Thor B e São Jorge, dadas “as necessidades de combustível nas Flores e, em particular, no Corvo, com a ameaça de iminente rutura” de ‘stock’.
O Governo dos Açores esclarece ainda que, devido “ao tempo prolongado” das operações desses dois navios, “seria inviável a operação do navio Margarethe”, um porta-contentores de transporte de mercadorias, “nesse mesmo dia”.
O executivo lembra que as dificuldades de abastecimento das Flores não se devem apenas ao estado do mar e ondulação junto à ilha, mas também no trajeto entre São Miguel, o Faial e as Flores, que “condicionam e colocam em causa a segurança da embarcação e da carga”.