O BE/Açores questionou hoje o Governo dos Açores sobre a “decisão de triagem” dos pedidos de consulta de especialidade referenciados pelos médicos de medicina geral e familiar no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES).
Num requerimento enviado à Assembleia Legislativa Regional, o deputado único do partido no arquipélago, António Lima, afirma que a medida parece “querer limitar o acesso dos utentes”.
O jornal Correio dos Açores noticiou no dia 18 que o HDES, em Ponta Delgada, “está a devolver aos médicos de família pedidos para os seus utentes serem atendidos por médicos especialistas hospitalares”.
O Bloco diz que não compreende “porque é que a avaliação clínica dos médicos de família está a ser colocada em causa, obrigando a uma reavaliação”.
A força política diz que “é fundamental garantir que os médicos de família não se sintam pressionados a não referenciar os doentes para uma consulta de especialidade, porque isso pode colocar em causa o acesso a cuidados de saúde essenciais para os doentes”.
O Bloco pretende apurar se houve alguma alteração aos critérios de referenciação para consulta de especialidade hospitalar no Serviço Regional de Saúde ou em algum dos hospitais que justifique as recusas de consulta.
O partido solicita também o envio, por parte do Governo dos Açores, de uma cópia do protocolo de orientação para a realização da triagem que é feita destes pedidos, bem como o envio de dados referentes ao número de consultas de especialidade referenciadas pelo médico de família desde o início de 2023, por mês, em cada hospital do arquipélago.
Em resposta ao Correio dos Açores, a administração do HDES explicou, citada na notícia, que “os pedidos de consulta referenciados pelos médicos de medicina geral e familiar são triados e devolvidos quando não reúnem critérios de referenciação hospitalar”.
“Segundo o HDES, desde o dia 01 de janeiro que os pedidos para consulta de médico especialista passaram a ser efetuados diretamente pelos médicos de medicina geral e familiar numa plataforma que comunica com os médicos do hospital – SIGAA (Sistema Integrado Gestão Acesso Açores) -, evitando as deslocações dos utentes ao HDES para entrega do documento”, referiu também o jornal.