A Cooperativa Agrícola Açoreana de Hortofloricultores disse hoje que está a trabalhar na classificação Indicação Geográfica Protegida (IGP) da banana dos Açores para promover o crescimento sustentável do setor e “garantir a qualidade do produto”.
O Instituto de Alimentação e Mercados Agrícolas dos Açores publicou hoje no Jornal da Região a abertura do “procedimento de oposição nacional” ao pedido de registo da “Banana dos Açores IGP”, apresentado pelo agrupamento de produtores Frutaçor – Cooperativa Agrícola Açoreana de Hortofruticultores, que tem sede no concelho de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel.
O presidente da Frutaçor, Carlos Araújo, referiu hoje à agência Lusa que a cooperativa se propõe “a registar a banana dos Açores como IGP com o objetivo de promover o crescimento sustentável da cultura e garantir a qualidade do produto, criando uma estratégia para a conquista e fidelização de clientes que o identificam como banana IGP, conferindo-lhe a notoriedade”.
O prazo de oposição à classificação da banana açoriana é de 30 dias a contar da data de publicação do presente aviso e, segundo o texto, “qualquer pessoa singular ou coletiva residente ou com sede em território nacional pode apresentar declarações de oposição, desde que demonstre um interesse legítimo”.
Sobre as vantagens da denominação IGP para os produtores e para a região, o dirigente explicou que permitirá “aumentar a visibilidade e valorização da banana Açores, destacando as suas características diferenciadoras e de qualidade superior”, e divulgá-la “tanto junto de consumidores como de outros intervenientes do setor agrícola, destacando os benefícios dos produtos e a sua origem local”.
“Estabelecer e fortalecer parcerias com distribuidores, retalhistas e outros agentes comerciais, com o objetivo de expandir os canais de comercialização da banana IGP Açores e assegurar a sua presença no mercado nacional e internacional”, bem como “trabalhar em conjunto com os produtores e parceiros comerciais para garantir uma política de preços estável e justa, que assegure a sustentabilidade económica da cultura” são outros dos benefícios apontados.
A denominação IGP, é indicado, também permitirá incentivar práticas de manuseamento sustentável e produção biológica, e possibilitar o crescimento económico dos produtores e a valorização deste fruto como um produto distinto e autêntico.
As bananas dos Açores são das espécies ‘Musa acuminata Colla’ e ‘Dwarf cavendish’ (vulgo pequena anã) e são produzidas em áreas geográficas delimitadas ao ar livre maioritariamente em regime de sequeiro.
Segundo o presidente da Frutaçor, têm características diferentes das demais produzidas a nível mundial por serem “mais pequenas, doces, de textura macia e aroma intenso e agradável” quando maduras.
A Cooperativa Agrícola Açoreana de Hortofloricultores tem atualmente cerca de 60 associados afetos à produção de banana.
Em 2024 comercializou 1.500 toneladas deste produto, sendo que cerca de 10% foram destinadas ao mercado internacional, 40% ao continente português e 50% aos Açores.