A intensidade dos incêndios na amazónia, em 2024, é a maior dos últimos 14 anos. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o número representa um aumento de 46,5% em relação a 2023. Só na Amazónia, a maior floresta tropical do mundo, foram registados mais de 140 mil incêndios.
Em 2025, o Brasil e o mundo continuam a enfrentar desafios consideráveis no que respeita aos incêndios florestais, sobretudo por causa da Amazónia. Os incêndios, descritos como sendo crises recorrentes, resultam de uma combinação de fatores climáticos adversos, bem como de atividades humanas que persistem há décadas.
Segundo os especialistas, o desmatamento e as queimadas ilegais continuam a ser os principais catalisadores dos fogos. Frequentemente, são provocados para abrir caminho a pastagens e plantações agrícolas, mas acabam por sair do controlo, resultando no consumo de várias áreas de floresta e contribuindo para a degradação ambiental.
Todos sabemos que a Amazónia é considerada o pulmão do planeta, e que desempenha um papel crucial na regulação climática global. Contudo, secas severas, exacerbadas pelas alterações climáticas, têm tornado a região ainda mais suscetível a incêndios de grandes proporções.
O impacto ambiental das causas referidas é devastador. Não só se perde uma biodiversidade única, como a libertação de grandes quantidades de dióxido de carbono agrava o aquecimento global. Sem que haja uma mudança estrutural na forma como se protegem as florestas, estaremos a comprometer não só o nosso futuro mas também, e sobretudo, o futuro das próximas gerações. A cada ano que passa, aumenta a área ardida, o que representa um evidente passo atrás na luta contra as alterações climáticas.
No plano político, o governo apresentou recentemente várias medidas de combate a este flagelo, como por exemplo, a aplicação de multas pesadas a quem comete crimes relacionados com a destruição do ambiente. A proposta foi remetida às câmaras legislativas que, por sua vez, há mais de seis anos procuram chegar a um entendimento sobre o tema, sem sucesso, embora o debate tenha assumido proporções maiores devido à intensidade atual dos incêndios.
Além disso, até 2035, o executivo tem o compromisso climático de reduzir, substancialmente, as suas emissões de gases com efeito de estufa, em comparação com os níveis do início do milénio. Para tal, procura adotar medidas como o combate ao desmatamento, a promoção de práticas agrícolas sustentáveis e o reforço da fiscalização em áreas de conservação ambiental.
Os incêndios florestais no Brasil representam não apenas uma tragédia ambiental, mas também um alerta global. Com o planeta a enfrentar os efeitos das alterações climáticas, a preservação da Amazónia tornou-se uma responsabilidade coletiva.
A solução passa por uma combinação de esforços coordenados entre o governo, a sociedade civil e a comunidade internacional. Apenas através de uma abordagem integrada será possível mitigar os danos e garantir a sobrevivência das florestas brasileiras, basilares para o equilíbrio ecológico global. Os desafios são enormes, mas o Brasil tem nas suas mãos a oportunidade de liderar pelo exemplo, demonstrando que o desenvolvimento económico e a preservação ambiental podem coexistir.