O Conselho de Ilha do Pico, Açores, reiterou hoje que a ampliação do aeroporto é uma “necessidade urgente” e reivindicou respostas para a saúde, como obras nos centros de saúde ou o aumento das consultas de especialidade.
De acordo com o memorando entregue ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), a que agência Lusa teve acesso, aquele conselho defende uma “melhoria das condições para a prestação de cuidados de saúde, nomeadamente mais recursos humanos, essencialmente reforço do pessoal médico e equipamentos”.
O organismo reivindica o “aumento do número de consultas de especialidade” para “minimizar a deslocação de utentes a outras ilhas, com especial atenção para pediatria e pré-natalidade”.
Lembrando que a ilha do Pico não dispõe de hospital, o Conselho de Ilha defende a disponibilização de um “meio de transporte específico para os utentes que se deslocam diariamente, entre o terminal marítimo do Faial e o hospital da Horta”.
O órgão consultivo do executivo açoriano alerta para a “necessidade de obras urgentes para a reabilitação nos três centros de saúde da ilha” e defende a “reabilitação e adequação do antigo centro de saúde de Lajes do Pico”.
“Reiteramos a proposta ao Governo Regional para avançar com o investimento de reabilitação do edifício do antigo centro da saúde [das Lajes], propriedade da Santa Casa da Misericórdia, com o objetivo de criar a infraestrutura integrada de serviços públicos destinados à população idosa”, propõem.
Na área das infraestruturas, os conselheiros pedem informações sobre o projeto para o porto comercial de São Roque do Pico e voltam a insistir na “necessidade urgente da ampliação da pista do aeroporto do Pico”.
Em 15 de julho, o Governo Regional revelou que a ampliação da pista do aeroporto do Pico em mais 700 metros iria provocar mais “obstáculos” do que os que existem atualmente, segundo um estudo sobre o aumento da infraestrutura.
No memorando, o Conselho de Ilha pede mais voos entre o Pico e Lisboa na época alta, a criação da ligação entre a ilha e o Porto e um “reforço urgente” das ligações interilhas nas rotas com Terceira e Ponta Delgada.
“Sabendo que no Pico o número de dormidas é superior ao número de passageiros desembarcados no seu aeroporto, seria necessária uma revisão do plano de exploração da SATA, sendo de extrema importância que a ilha do Pico faça parte desse mecanismo de decisão”, lê-se no documento.
O organismo pede ainda respostas sobre o “problema de habitação” na ilha e avisa para a “necessidade de maior celeridade” na análise das candidaturas aos programas comunitários.
Num memorando onde são solicitados esclarecimentos sobre várias áreas da governação, o Conselho de Ilha do Pico exige a requalificação de caminhos agrícolas, a revisão do Plano de Ordenamento da Orla Costeira e obras de manutenção dos espaços museológicos da ilha.
O Governo Regional inicia na terça-feira uma visita estatutária ao Pico, estando prevista uma reunião com o Conselho de Ilha.
O Conselho de Ilha é um órgão consultivo do Governo dos Açores composto pelos presidentes das câmaras e assembleias municipais da ilha, por quatro membros eleitos de cada assembleia municipal, por três presidentes de junta de freguesia, um representante do Governo Regional (sem direito a voto) e vários membros das organizações sociais, ambientais, culturais e empresariais da ilha.