A Associação dos Operadores Marítimos dos Açores (AOMA) congratulou-se hoje com a aprovação do diploma regional que estabelece as áreas marinhas protegidas, considerando que é “essencial” para a sua “boa gestão”.
A Assembleia dos Açores aprovou na quinta-feira as alterações propostas pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) ao decreto legislativo que estrutura o Parque Marinho da região, estabelecendo a criação de áreas marinhas protegidas em 30% do mar do arquipélago.
O diploma foi aprovado em votação final global durante o plenário do parlamento açoriano, na Horta, com 22 votos a favor de PSD, 22 de PS, dois do CDS-PP, um do PPM e um do BE, uma abstenção do PAN e cinco votos contra do Chega e um da IL.
Numa nota de imprensa hoje divulgada, os operadores marítimos defendem que “assumir a necessidade de preservar, proteger e compatibilizar os usos do mar é essencial para a sua boa gestão e para a criação de oportunidades para todos e não apenas para ‘alguns’, como ficou evidente no debate de ontem [quinta-feira] no parlamento”.
“O mar não é dos pescadores como foi dito ontem [quinta-feira]. Sem um ecossistema saudável, vibrante e sustentável não haverá desenvolvimento económico e social nestas ilhas, sendo este um elemento vital para o setor marítimo-turístico, que já contribui de forma significativa para o PIB regional, para a criação de emprego qualificado e para a coesão nos territórios”, refere a AOMA.
A associação salvaguarda que “não está (nunca esteve!) contra o setor da pesca, cujos profissionais respeita enquanto colegas”, mas “não pode admitir que se desconsidere a grande oportunidade de mudança na economia da região”.
Deve-se evoluir “de um modelo de base exclusivamente extrativa para um modelo de base sustentável, com uma forte dinâmica dos serviços, nomeadamente o turismo”, o que também constitui uma oportunidade para a pesca”, defende.
Para a AOMA, a “resistência à mudança não pode ser um impedimento para fazer o que deve ser feito”, sendo que “proteger o mar dos Açores é uma missão de todos”.
Os operadores marítimos reconhecem ainda “o trabalho empenhado do Governo Regional, no âmbito do programa Blue Azores, através do processo participativo, que deve continuar a debater e a discutir as melhores formas de gerir e conservar o mar dos Açores, considerando o interesse de todos”.
No entanto, consideram que “é lamentável observar que os partidos e os seus representantes ainda mostram um desconhecimento profundo dos problemas”, pois “seria de esperar mais responsabilidade nas suas afirmações e posições”.