Três emigrantes açorianos em Toronto, no Canadá, vão ser homenageados no Conselho Mundial das Casas dos Açores (CMCA), que reúne a sua 26.ª assembleia geral a partir de sexta-feira, na ilha de São Jorge, foi hoje revelado.

O Conselho Mundial das Casas dos Açores (CMCA), constituído em 1997, é um órgão de articulação das 18 Casas dos Açores espalhadas pelo mundo e reúne-se anualmente em assembleia geral, que se realiza de forma itinerante pelas diferentes comunidades.

De quatro em quatro anos realiza-se nos Açores, decorrendo este ano na vila das Velas, na ilha de São Jorge, a única que ainda não recebeu a assembleia geral do CMCA.

Durante a 26.ª reunião serão entregues distinções do CMCA, sendo este ano distinguido o Queijo de São Jorge e entregues medalhas de mérito a três emigrantes açorianos em Toronto: António “Tabico” Câmara (a título póstumo), Cidália de Sousa e Grinoalda Pavão.

O diretor regional das Comunidades, José Andrade, explicou à agência Lusa que os três homenageados, cujos nomes foram propostos pela Casa dos Açores de Ontário, que este ano preside ao Conselho Mundial, são personalidades que se “notabilizaram na comunidade açoriana de Toronto” no funcionamento e na atividade na Casa dos Açores de Ontário.

Referindo-se aos homenageados, José Andrade descreveu António ‘Tabico’ Câmara como um “elo de ligação da cultura popular, entre as ilhas dos Açores e a diáspora no Canadá”.

“Incontornável divulgador da cultura popular açoriana no Canadá, tinha ainda um restaurante em Toronto com sabores típicos dos Açores. Foi um improvisador, cantador popular e um dinamizador do folclores açoriano”, bem como responsável por levar a “tradição micaelense das romarias quaresmais” para aquele país, acrescentou.

No caso de Cidália de Sousa e Grinoalda Pavão serão distinguidas em reconhecimento pela “dedicação de uma vida à atividade da Casa dos Açores de Ontário”.

“São voluntárias e dirigentes há várias décadas e são um bom exemplo para as novas gerações de dedicação à causa pública através do movimento associativo”, realçou o diretor regional das Comunidades.

José Andrade disse ainda que o Governo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) pretende alargar “cada vez mais” a rede mundial das Casas dos Açores para outros estados ou províncias dos principais países da emigração açoriana e para outras geografias das “novas tendências da diáspora açoriana”.

A mais antiga Casa dos Açores é a de Lisboa, quase centenária, fundada em 1927 e a mais recente é a da região Centro, formalizada este ano, com sede na cidade de Coimbra.

Na reunião do próximo fim de semana será transferida a presidência anual do CMCA da Casa dos Açores do Ontário, no Canadá, para a sua congénere da Nova Inglaterra, nos Estados Unidos da América.

Participam na sessão de abertura, na sexta-feira, o secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, Paulo Estêvão, o presidente da Câmara Municipal de Velas, Luís Silveira, o diretor regional das Comunidades, José Andrade, e a presidente em exercício do CMCA, Suzanne Cunha, da Casa dos Açores do Ontário.

No sábado decorre a primeira sessão plenária do CMCA com a revisão do regulamento do Conselho Mundial, a admissão formal da Casa dos Açores do Espírito Santo, no Brasil, e um debate sobre os principais desafios que estas instituições enfrentam atualmente.

A sessão de encerramento realiza-se no domingo.

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