A Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas dos Açores (AICOPA) alertou hoje que é “preciso pensar” nos investimentos após o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), defendendo a criação de um plano de obras públicas.
Em declarações aos jornalistas, após uma reunião com o presidente do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), a presidente da AICOPA realçou que os “investimentos ao abrigo do PRR estão quase todos lançados ao nível da contratação pública”, estando “muitos a acabar a execução no terreno” e “outros a terminar nos próximos dois anos”.
“Coloca-se aqui uma grande questão às empresas do setor. Nós não queremos voltar às agruras do passado. Nós queremos garantir que vamos continuar a ter trabalho no futuro”, acrescentou, falando aos jornalistas na sede da Presidência do Governo Regional, em Ponta Delgada.
Alexandra Bragança defendeu a criação de um plano de obras públicas, que tanto pode ser anual ou plurianual, um “documento dinâmico” que permita dar “previsibilidade” às empresas do setor.
“É preciso pensar nos próximos investimentos que a região com certeza há de ter de fazer nas suas infraestruturas, novos ou de requalificação. Todas as infraestruturas que estão a ser criadas ao abrigo do PRR dos Açores vão precisar de ser mantidas”, vincou.
A líder da AICOPA considerou que “seria de boa prática” o Governo Regional “inserir, todos anos, uma rubrica no Orçamento que mostrasse preocupação com o património”.
“Estas empresas para sobreviverem e para poderem garantir os seus postos de trabalho têm de ter garantida uma determinada carteira de obras, cada uma de acordo com a sua dimensão. Seria muito importante que existisse previsibilidade e prever que investimentos são necessários a cada ano”, reforçou.
Alexandra Bragança apelou ainda à “agilização do sistema de incentivos” às empresas e mostrou “preocupação” com o transporte marítimo entre o continente e os Açores que está a causar “constrangimentos no fornecimento de mercadorias”.
O presidente do Governo dos Açores começou na segunda-feira uma ronda de reuniões com partidos, parceiros sociais e associações tendo a vista a elaboração do Plano e o Orçamento para 2025, que vão ser discutidos e votados na Assembleia Regional em novembro.
O executivo saído das eleições legislativa antecipadas de 04 de fevereiro governa a região sem maioria absoluta no parlamento açoriano e, por isso, necessita do apoio de outro partido ou partidos com assento parlamentar para aprovar as suas propostas.
No sufrágio de fevereiro, PSD, CDS-PP e PPM elegeram 26 deputados, ficando a três da maioria absoluta. O PS é a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos, seguido do Chega, com cinco. BE, IL e PAN elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.