O Sindicato Democráticos dos Professores dos Açores (SDPA) referiu hoje que as escolas devem usar a sua autonomia para fazer uma análise sobre a utilização dos telemóveis pelos alunos ou a sua proibição.

“As escolas devem, dentro do seu projeto educativo, fazer uma análise efetiva […] e ver quais os projetos que possuem para limitar, proibir, ou promover outras atividades que não as ligadas aos ecrãs”, declarou o líder do SPDA, António Fidalgo.

O dirigente sindical, que falava na sede do organismo representativo, em Ponta Delgada, em conferência de imprensa, sublinhou que, neste âmbito, “cada vez há mais problemas quer físicos, quer mentais para o desenvolvimento das crianças”, sendo “essencial agir rapidamente”.

O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, anunciou na quarta-feira que o Governo vai recomendar às escolas a proibição do uso de telemóvel nos 1.º e 2.º ciclos e restrições no 3.º ciclo, esperando o sindicalista que a tutela regional o faça nos Açores.

O Governo da República pretende que as medidas sejam de adesão voluntária por parte das escolas, mas o seu impacto será avaliado ao longo do próximo ano letivo e o executivo não fecha a porta à proibição do uso de ‘smartphones’ em contexto escolar, em função dos resultados.

Em semana de arranque do ano letivo, António Fidalgo afirmou, por outro lado, que existem escolas onde ainda não chegaram os manuais digitais anunciados pela região e que “eventualmente, até final do mês, será reposta a normalidade”, quando “já se deveria estar em velocidade de cruzeiro”.

A estrutura sindical, que defende a “realização de um estudo sério” sobre os benefícios e malefícios do uso dos manuais digitais, afirma que a sua falta vem “perturbar o normal funcionamento das aulas”, que começaram entre segunda e quarta-feira no arquipélago.

O SDPA indicou como prioritário, no quadro de valorização de docentes, apostar na regulamentação e na implementação de medidas compensatórias, a par de incentivos à fixação de professores que servem no sistema educativo regional.

António Fidalgo apontou ainda que se deve rever o regulamento de concursos de pessoal docente nos Açores, a par da estrutura de carreira e da valorização remuneratória.

O sindicalista reiterou que o sindicato é contra a criação de quadros de ilha e preconiza a abertura de vagas de quadros de escola para todos os docentes como “uma prioridade que deve ser assumida pela tutela”.

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