A requalificação do hospital de Ponta Delgada, nos Açores, afetado por um incêndio em maio, vai exigir um plano funcional, que já foi adjudicado, mas o processo será “moroso”, revelou hoje a secretária regional da Saúde.
“Já houve a adjudicação de um plano funcional a uma empresa que já reuniu uma primeira vez com a parte clínica e seguir-se-ão reuniões, de três em três semanas, sensivelmente, para que todo o resto do programa possa avançar”, adiantou, em declarações aos jornalistas, a titular da pasta da Saúde nos Açores, Mónica Seidi, à margem de uma visita ao hospital modular, construído junto à infraestrutura afetada pelo incêndio.
O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, o maior dos Açores, foi afetado por um incêndio no dia 04 de maio, que obrigou à transferência de todos os doentes internados para outras unidades de saúde, incluindo para fora da região.
Os prejuízos na infraestrutura, que está a retomar a atividade de forma gradual, foram estimados em 24 milhões de euros.
A partir de terça-feira, o serviço de urgências do HDES, que funcionava no Centro de Saúde da Ribeira Grande, passa a ser prestado no hospital modular, que deverá estar a funcionar em pleno “no último trimestre de 2024”.
A secretária regional da Saúde e Segurança Social dos Açores reiterou hoje que a decisão do executivo açoriano foi “reabilitar o velho HDES e torná-lo novo”, mas ressalvou que é “um trabalho complexo”.
“Não é só partir paredes, é saber que paredes vão ser partidas e o que é que se vai construir naquelas paredes, para que surja um serviço aparentemente novo, mas dentro da mesma estrutura”, afirmou.
Mónica Seidi disse que o plano funcional já foi adjudicado, mas não avançou com uma data para a sua conclusão.
“É uma tarefa complexa, morosa, mas contamos que o quanto antes seja possível pelo menos tornar esse plano funcional público, porque queremos que haja aqui outros contributos de outras pessoas ou de outros profissionais de saúde”, salientou.
Segundo a governante, os diretores de serviço do HDES serão chamados a “dar os seus contributos”, sobre “o que desejariam para um serviço de futuro”.
Está ainda a ser feito um levantamento da atividade assistencial do hospital nos últimos anos, para projetar as necessidades futuras.