A política regional para o Serviço Público de Saúde pode resumir-se em quatro pontos: falta de financiamento, falta de estratégia, falta de meios, desvalorização dos recursos humanos. Ao mesmo tempo, aumentam as verbas públicas entregues aos grupos privados, com destaque para a CUF. Uma parte cada vez maior dos cuidados de saúde é passada para os serviços privados. Em vez de mais e melhor saúde, ficamos com maior despesa pública, maiores listas de espera e piores cuidados de saúde.

Há anos que a CDU denuncia o subfinanciamento crónico dos Hospitais e Centros de Saúde Regionais – um problema antigo, que este governo regional aprofundou. Recentemente, o Tribunal de Contas concluiu que o Hospital do Divino Espírito Santo vive uma situação financeiramente insustentável, com um défice de 15 milhões de euros entre 2019 e 2022. Não há propaganda que disfarce uma realidade insustentável! O incêndio só veio tornar mais visíveis os erros na política de saúde, os efeitos do subfinanciamento, a falta de meios e a promiscuidade entre os governos regionais e os interesses privados.

A aposta na Saúde e o combate às listas de espera não se faz sem investimento no Serviço Público de Saúde e a valorização dos seus Profissionais. Mas, mesmo perante o subfinanciamento e a desvalorização de Médicos, Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos de Saúde, os cuidados de saúde prestados no Público são de qualidade, o que mostra a dedicação destes Profissionais!

Como denunciou a CDU, o favorecimento dos grupos privados da doença foi demonstrado por, na venda do hospital privado à CUF, não ter sido exigida a devolução dos milhões de apoios públicos regionais. Este é dinheiro que falta aos Hospitais Públicos, que falta à saúde dos Açorianos! Assim se resume a política deste e dos anteriores governos regionais: quem tem dinheiro, compra a sua saúde; quem não tem, fica entregue à sua sorte. É isto que queremos?

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