O acontecimento da semana foi a entrevista de Musk a Donald Trump, na rede social X. Muito se aguardou por este momento, fruto daquilo que é o mediatismo associado a estas duas personalidades de enorme influência no panorama mundial. Apesar dos constrangimentos causados por aquilo que Musk denunciou como ataques cibernéticos, a conversa entre duas das mais influentes personalidades mundiais, que começou com mais de 40 minutos de atraso, foi ouvida por mais de 1 milhão de pessoas.

O ex-presidente dos Estados Unidos e o proprietário da rede social X conversaram durante cerca de duas horas sobre vários temas, num tom informa, em que ambos procuraram alavancar a sua popularidade. Em cima da mesa, estiveram temas como a tentativa de assassinato a Donald Trump, bem como diversos temas no que concerne à diplomacia internacional, com especial enfoque em Vladimir Putin e Kim Jong-un.

Em jeito de resumo, e não fugindo daquilo que tem sido o habitual registo de Trump, o candidato a presidente dos EUA começou por referir que a imigração ilegal lhe salvou a vida. Ora, Trump referia-se ao momento em que ficou ferido na orelha, num comício, na Pensilvânia. Poucos instantes antes do disparo, Trump virou a cabeça para elucidar aqueles que o escutavam atentamente acerca de um gráfico que mostrava uma queda muito considerável de imigrantes ilegais durante o seu mandato. Em simultâneo, e usando esse tema para fazer a ponte com as políticas adotadas pelos Democratas, Trump acusou a administração Biden de abrir a fronteira aos imigrantes ilegais, permitindo a outros países que reduzissem a sua taxa de criminalidade à custa dos EUA.

De uma forma geral, a conversa, ou entrevista, como preferirmos classificar, foi bastante parca no conteúdo, como tem sido apanágio de Trump desde a desistência de Biden. O candidato Republicano ainda não conseguiu afinar uma estratégia concreta que o permita criar uma onda de apoio considerável e que o faça voltar a definir a agenda mediática internacional.

Ao longo da conversa, também houve tempo, como já referi, para abordar as relações internacionais. Ora bem, Trump defendeu a boa relação que mantém com Putin, Xi Jinping e Kim Jong-un. Na sua perspetiva, todos eles defendem os seus países de forma inteligente e dura. O candidato Republicano defendeu ainda que com a chegada dos democratas ao poder, o país ficou enfraquecido e desrespeitado por outros líderes mundiais.

No final, Musk reiterou o seu apoio ao candidato Republicano, com tudo o que isso pode impactar, nomeadamente na questão dos apoios financeiros. Além disso, ficou no ar uma possível colaboração política entre ambos, caso Trump vença as eleições. No que respeita a Portugal e à União Europeia, Trump diz que a UE se aproveita dos Estados Unidos, acusando os parceiros europeus de não contribuírem para a defesa do continente ou para o esforço de guerra da Ucrânia. Muito se joga nestas eleições. Não apenas o futuro dos EUA, mas também do mundo. Afinal, os EUA continuam a ser a maior potência no contexto internacional.

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