A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) alertou hoje que o agravamento da sazonalidade “põe em causa o frágil equilíbrio económico” das empresas turísticas, pedindo medidas para consolidar os Açores como destino turístico.
Em comunicado, a associação empresarial das ilhas de São Miguel e Santa Maria evoca dados do Instituto Nacional de Estatística, divulgados em 10 de julho, para alertar que os Açores e o Algarve registaram o índice de amplitude sazonal mais alto do país em 2023 (4,0).
Para os empresários, tratando-se os Açores de um destino de natureza, o valor daquele índice “denota uma falha relevante no aproveitamento do potencial diferenciador do destino durante o inverno”.
“O agravamento da sazonalidade, que agora se constata, é antagónico com os objetivos definidos no Plano Estratégico de Marketing do Turismo dos Açores e é grave pois põe em causa o frágil equilíbrio económico das empresas do setor, no contexto atual de limitada mão-de-obra qualificada”, realça a CCIPD.
A associação pede ao Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) para “não descurar a imprescindibilidade do transporte aéreo” durante a próxima época baixa, apelando a que se “promova uma procura por todos os segmentos de clientes relevantes para a consolidação do destino Açores e não somente alguns, como aconteceu no inverno IATA passado”.
“Se é sabido que a sazonalidade é uma característica do setor em questão, também é certo que o maior desígnio do mesmo é o seu combate e a sua redução, não podendo haver argumentos válidos para o seu agravamento”, lê-se na nota.
A CCIDP alerta que as ações de promoção turística, da responsabilidade da Visit Azores, “apresentam um nível de execução baixo” e defende a reativação dos programas de apoio à promoção das empresas do setor do turismo
“Importa implementar um plano de promoção diferenciado sem recorrer, como é habitual, a campanhas de promoção baseadas em preço com limitada criação de valor para o setor e perda de enfoque na adequada diferenciação”, defendem.
A organização insiste nos alertas sobre a insegurança crescente na ilha de São Miguel, uma situação “degradante” para residentes e turistas e que está a ser “agravada porque os responsáveis não estão a fazer o suficiente”.
“É uma falha grave que tem que ser urgentemente colmatada por quem de direito. Acresce ao problema da insegurança o problema da falta de limpeza em alguns locais estratégicos na experiência turística de quem nos visita e que tem que ser devidamente tratado”, avisam.
Já em 24 de julho, a CCIPD alertou para a perceção de insegurança crescente na maior cidade dos Açores, apelando à intervenção das entidades responsáveis.