A associação juvenil JAUPA (Jovens Açorianos Pelos Açores) defendeu hoje a criação de quotas para estudantes oriundos das ilhas no acesso às residências universitárias no continente e alertou para a falta de apoio aos jovens deslocados.

“Era importante chegar a um contacto com o Ministério do Ensino Superior, no sentido de serem criadas quotas restritas nas residências universitárias para os jovens açorianos”, sugeriu Helder Ávila, membro da direção da JAUPA, durante uma audição na comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa dos Açores, reunida em Ponta Delgada.

A associação foi ouvida na sequência de um projeto de decreto regional, apresentado pelo Bloco de Esquerda, que propõe a criação de um programa de apoio aos estudantes do ensino superior e do ensino técnico profissional dos Açores, quando deslocados fora da sua ilha de residência.

“O objetivo desta proposta é aumentar a qualificação dos jovens açorianos e também responder às dificuldades manifestadas pelas famílias açorianas, que têm filhos deslocados no ensino superior”, justificou António Lima, deputado único do BE, durante a audição parlamentar.

Helder Ávila disse concordar com as propostas dos bloquistas, que reconheceu pretenderem “dar resposta a alguns dos problemas” dos estudantes, mas sugeriu que se acrescentassem outras medidas, nomeadamente a comparticipação com os custos do transporte aéreo.

“Muitas famílias não conseguem desembolsar à cabeça 500 ou 600 euros por uma passagem aérea para virem passar férias aos Açores, mesmo sabendo que irão receber, depois, o reembolso dos CTT”, realçou o dirigente da JAUPA, que lamentou também a falta de apoio aos estudantes açorianos deslocados no continente.

O projeto do Bloco de Esquerda propõe que aos estudantes do ensino superior e ensino técnico superior profissional, que residem nos Açores, seja assegurando o “direito ao pagamento integral de propinas e emolumentos, a comparticipação ou direito ao alojamento e o direito a transportes gratuitos e à mobilidade aérea”.

“Este programa privilegia o acesso a cursos lecionados na Universidade dos Açores, mas extensível às instituições do ensino superior com sede em Portugal Continental ou noutra região autónoma, perante a impossibilidade de colocação ou ausência de oferta pedagógica”, lê-se no preâmbulo da proposta, que está em discussão no parlamento regional.

No diploma é estabelecido que a atribuição dos apoios previstos implica a “frequência com aproveitamento” do ensino superior público ou do ensino técnico superior profissional por parte dos beneficiários.

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