Folk Azores realiza-se em agosto com menos grupos por falta de lugares nos aviões

O Festival Internacional de Folclore dos Açores Folk Azores, que decorre de 11 a 18 de agosto, conta com 11 grupos do estrangeiro, menos do que em edições anteriores, devido à falta de lugares em voos, segundo a organização.

“A falta de voos para a ilha Terceira é preocupante. Este ano, a SATA não nos quis proporcionar os dois voos extra, que era hábito fazer. Colocou os grupos nos voos regulares. Ao meter nos voos regulares, retira turismo à ilha Terceira”, afirmou, em declarações à Lusa, o presidente do Comité Organizador de Festivais Internacionais da Ilha Terceira (COFIT), Cesário Pereira.

A 38.ª edição do Folk Azores conta com a participação de 12 grupos de folclore, incluindo 11 do estrangeiro, nomeadamente da Argentina, Bulgária, Chile, Eslováquia, Espanha, França, Macedónia do Norte, Montenegro, Perú, Polónia e Roménia.

Segundo Cesário Pereira, são os grupos que pagam a deslocação para os Açores e há sempre interessados, mas, este ano, a falta de disponibilidade de lugares nos aviões trouxe algumas dificuldades.

“O grupo da Macedónia do Norte vai pagar, desde o seu país até à ilha Terceira, 1.800 euros de viagem por pessoa. Por falta de voos para a ilha Terceira a partir de Lisboa, este grupo tem de viajar desde seu país até Lisboa, fazer uma viagem de comboio até ao Porto e depois do Porto para a ilha Terceira”, contou.

O presidente do COFIT alega que a SATA, companhia aérea açoriana, disponibilizava habitualmente voos extraordinários, mas este ano não o fez e o preço das passagens “duplicou”.

“Os dois voos ficaram cheios o ano passado, quer na ida, quer na vinda, e mesmo assim a SATA diz que tem prejuízo. Não percebo como, porque foram eles que apresentaram os preços”, apontou.

Mesmo com um custo mais elevado, os grupos mantiveram o interesse em vir, mas sem disponibilidade de lugares não chegam à ilha familiares e acompanhantes, nem outros visitantes, que podiam ver no festival um atrativo turístico, segundo Cesário Pereira.

“Se o próprio Governo Regional, através da senhora secretária [do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas], diz que isto devia passar para o inverno, eu não tenho mais palavras”, afirmou.

A organização assegura alimentação, alojamento e transportes terrestres na ilha, mas as viagens até aos Açores são suportadas pelos próprios grupos.

“O festival, pela qualidade que tem, pela organização que tem, felizmente é bem reconhecido internacionalmente”, vincou o presidente do COFIT.

Já passaram pela ilha Terceira grupos folclóricos de 60 países e, este ano, estreiam-se Peru, Montenegro e Macedónia do Norte.

“É um objetivo que temos atingido todos os anos. Trazer novas culturas, mostrar ao povo açoriano, e da ilha Terceira em particular, estas culturas, para poderem alargar os seus horizontes e também terem uma forma de sair ficando cá dentro”, salientou Cesário Pereira.

O evento, que segundo a organização é “o maior festival internacional de folclore do país”, está certificado pelo Conselho Internacional de Organizações de Festivais de Folclore e Artes Tradicionais (CIOFF) e pela Organização Internacional Für Volkskunst (IOV).

É apoiado financeiramente pelo Governo Regional dos Açores e por diversas entidades privadas, bem como pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, que este ano triplicou o valor atribuído, de 20 para 60 mil euros.

Além dos 11 grupos internacionais, o Folk Azores conta com a participação do Grupo Folclórico das Doze Ribeiras, da ilha Terceira, que comemora 50 anos de atividade, em representação de Portugal.

O festival inclui desfiles nas duas cidades da ilha, galas no Teatro Angrense e atuações na feira de artesanato e sabores tradicionais, no Cerrado do Bailão.

O espetáculo de encerramento, que junta todos os grupos, ocorrerá no Pavilhão Municipal de Desportos de Angra do Heroísmo.

Será ainda apresentada pela primeira vez a Orquestra Folk Azores, composta por todos os músicos dos grupos participantes.

 

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