A Residência de Artesanato dos Açores (RARA), que celebra 10 anos, permitiu a interação entre designers portugueses, estrangeiros e artesãos locais, que desenvolveram novas peças em vimes, madeira de criptoméria e potenciaram o uso sustentável da bananeira regional.
Segundo informação da associação, que desenvolve o projeto, a residência, curada pelo designer português Miguel Flor, reuniu este ano o coletivo de designers espanhóis – MUT Design e a designer franco-mexicana Alina Rotzinger, em colaboração com os artesãos residentes Alcídio Andrade (vimes) e Horácio Raposo (madeira de criptoméria), e com o projeto MUSA Azores, que visa potenciar “o uso sustentável e socialmente inclusivo de um recurso importante dos Açores – a bananeira regional”.
Além dos materiais tradicionais, uma das novidades desta edição foi a introdução da técnica da fibra da banana, promovendo o uso sustentável de matérias-primas.
A Residência de Artesanato dos Açores decorreu desde 15 de julho, no espaço Vaga, sede da associação cultural, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, e a cuminar o projeto, os trabalhos serão apresentados hoje, pelas 21:00 locais (22:00 em Lisboa), num evento acompanhado de um ‘set’ de DJ RITTA, com entrada gratuita.
A Residência de Artesanato teve início em 2014, no contexto do Walk&Talk, o Festival de Artes dos Açores.
Em 2023, tornou-se uma marca própria – a RARA, que engloba duas vertentes complementares: residências artísticas anuais, que propõem “a interseção entre designers nacionais/internacionais e artesãos açorianos e o cruzamento de técnicas tradicionais e matérias-primas endógenas com diferentes modelos conceptuais”, que permite “a transição” para novos produtos para comercialização, explica a associação Anda&Fala.
Ainda de acordo com a Anda&Fala, as peças ou produtos desenvolvidos durante as residências são apresentados sob a marca RARA, comercializada com “o intuito de valorizar e inovar a produção artesanal local, a Marca Açores e afirmar a prática artesanal enquanto profissão de futuro”.