O presidente da Junta de Freguesia de São Pedro, em Ponta Delgada, Açores, manifestou hoje preocupação face à insegurança na freguesia decorrente de “constantes incidentes” alegadamente provocados por pessoas em situação de sem-abrigo.

Em causa está, segundo José Manuel Leal (PSD), a ocupação ilegal de terrenos e habitações devolutas na freguesia, o que tem levado à ocorrência de incêndios que “colocam em causa a segurança dos moradores”, a par da “falta de salubridade” e situações de “tráfico de droga”.

“A preocupação, na prática, tem a ver com a segurança dos edifícios e das populações, porque muitas vezes estes terrenos e edifícios são habitados por pessoas em situação de sem-abrigo, que geram insegurança, barulho, tráfico de droga, falta de salubridade. Tudo isto está em causa”, aponta o presidente da Junta de Freguesia de São Pedro, na cidade de Ponta Delgada, em declarações à agência Lusa.

José Manuel Leal adiantou que uma dessas situações ocorreu na tarde de segunda-feira, quando deflagrou um incêndio na zona das Laranjeiras, numa propriedade privada abandonada que confronta com duas artérias da freguesia onde residem “largas centenas de moradores e largas dezenas de habitações e isto está a ser constante”.

“Não posso permitir que o desleixo de privados ponha em causa a segurança, bem-estar e salubridade da população. E fui eleito para defender o interesse da população em geral”, vincou José Manuel Leal, indicando ter solicitado uma reunião urgente com o presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral, que “deverá ocorrer na quarta-feira”.

O autarca da ilha de São Miguel disse à Lusa que a reunião já estava assinalada para tratar de assuntos que dizem respeito à freguesia, como o trânsito, o estacionamento e a insegurança.

No entanto, “torna-se mais urgente tratar de tudo isto, porque notamos claramente a contínua falha de segurança nalgumas zonas da freguesia de São Pedro”, alertou.

José Manuel Leal adiantou que a Junta tem vedado muitas casas desabitadas para evitar incidentes, mas esta medida não se tem revelado “suficiente”.

“Tenho fechado muitas casas. Tenho atuado muito com o apoio da polícia municipal, da PSP e da própria autarquia. Mas, São Pedro é uma área muito propícia para abrigar pessoas em situação de sem abrigo, que criam todo este tipo de insegurança e de insalubridade, que é preciso combater. Não vou descansar enquanto isto não estiver resolvido para bem da população que não merece estar a passar estes momentos de aflição”, sustentou.

“Vou apelar ao senhor presidente da Câmara para obrigar os privados a tomarem medidas, face à ocupação ilegal de espaços desabitados. Há que ter uma atuação antes que aconteça uma tragédia. Não vou permitir que continuem a deflagrar constantemente fogos numa zona muito densamente povoada e que amanhã ou depois aconteça uma desgraça”, reforçou.

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