A Escola de Verão é uma iniciativa conjunta do OKEANOS – Instituto de Investigação em Ciências do Mar da Universidade dos Açores, do LSTS – Laboratório de Sistemas e Tecnologia
Subaquática da FEUP, do MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts e do Programa MIT
Portugal (MPP), tendo como parceiros o AIR Center, o CoLab +ATLANTIC, a Fundação Gaspar Frutuoso e a Escola do Mar dos Açores (EMA). Este ano teve o apoio do Governo Regional dos Açores.

Durante as últimas duas semanas, vinte seis alunos de várias nacionalidades diferentes
puderam partilhar conhecimentos não só na área de robótica marinha como também em
ecologia marinha e oceanografia, mais especificamente em aplicações para observação
oceânica, arqueologia e mapeamento de ecossistemas.

O curso está organizado numa componente teórico-prática, o que permitiu aos alunos aplicar em contexto real tudo o que lhes foi transmitido. Os workshops apresentaram os fundamentos das ciências marinhas e o uso da robótica não só na pesquisa como na monitorização do oceano.

As demonstrações e os trabalhos de campo serviram para mostrar a mais recente tecnologia no que toca a sistemas autónomos, sensores e operações remotas, tendo permitido aos alunos recolher dados como temperatura, salinidade e pressão. A proximidade com o mar permitiu aos alunos um contacto direto com os fenómenos oceanográficos dos Açores, facilitando-lhes as tarefas de análise e recolha de dados.

Gui Menezes, professor e diretor do Okeanos, afirma que “estamos no espaço ideal e temos excelentes condições não só para acolher este tipo de cursos como para receber pessoas de vários cantos do mundo para, no fundo, podermos avançar com o conhecimento, a ciência e a engenharia marinha”.

Douglas Hart, professor de engenharia mecânica do MIT e co-diretor do programa MIT Portugal, destaca ainda que “juntar alunos com cursos profissionais tão distintos na mesma sala, fez com todos pudessem conversar, apercebendo-se que mesmo estando em áreas diferentes e a aprender matérias tão diferentes, todos têm em comum o facto de serem pessoas muito curiosas e, sobretudo, muito interessadas no Oceano ”.

Emma Pèrez, estudante da Universidade do País Basco, conta que “o mais fascinante destas duas semanas foi poder estar a bordo do navio de investigação Arquipélago, porque nos permitiu estar em contacto direto com a realidade que é trabalhar no mar”, acrescentando ainda que “é muito importante para os biólogos colaborar com profissionais de áreas complementares, como é o caso das engenharias”.

Para além das atividades teórico-práticas inerentes ao curso, os alunos tiveram também oportunidade de realizar vários programas que lhes permitiram conhecer as raízes e a biodiversidade marinha e terrestre da Ilha do Faial, como saídas à vela nos botes baleeiros e visitas ao Vulcão dos Capelinhos.

A edição deste ano, à semelhança dos últimos dois anos, teve lugar na ilha do Faial e contou com a presença de vários professores e profissionais de renome mundial dos EUA (MIT) e da Europa. Pondera-se a possibilidade de voltar a acolher esta Escola de Verão nas próximas edições.

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