O novo líder do PS/Açores considerou hoje que o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) ao nomear o antigo diretor regional dos Transportes Aéreos Rui Coutinho para presidente da SATA, escolheu um “protagonista político” para a liderança da companhia área.

“O que nós tivemos ontem [sexta-feira] foi a escolha de um protagonista político para a SATA, com um currículo que nós conhecemos, pelo facto de ter feito parte de um governo, sem que o PS tivesse sido consultado, ou que tivesse sido ouvido”, afirmou Francisco César aos jornalistas, após a sua eleição como presidente dos socialistas açorianos.

Como o PS não foi ouvido sobre a escolha do executivo regional, o presidente do PS/Açores disse que não se pronuncia “concretamente sobre a pessoa” que foi indicada para a presidência do conselho de administração da companhia aérea.

Francisco César, que anteriormente tinha manifestado disponibilidade para dialogar com o PSD sobre o futuro da empresa, admitiu que o partido gostava de ter sido ouvido, mas assegurou que a disponibilidade mantém-se.

“Mas, para haver diálogo, o PSD tem que perceber que tem 23 deputados e o PS também tem 23 deputados. E, portanto, para haver diálogo, tem que haver conversa e tem que haver respeito”, alertou.

E acrescentou: “Até agora não houve qualquer tipo de diálogo. Eu gostava que houvesse, continuo disponível e continuarei praticamente até ao fim do meu mandato, para que isso aconteça. A bola não está deste lado, a bola agora está do outro lado”.

Para o novo líder do PS açoriano, o grupo SATA, “em particular a SATA Air Açores e a SATA Internacional, são fundamentais para o desenvolvimento” da região.

“Hoje sabemos que quer uma empresa, quer outra […], podem estar em risco da sua existência. E, portanto, há alturas em que devemos colocar de parte as nossas diferenças, – e mesmo na SATA há algumas -, e dizer, estamos disponíveis para trabalhar, mesmo que o PS possa ser responsabilizado pela solução que foi encontrada em conjunto”, disse.

A este propósito, Francisco César recordou que na apresentação da sua candidatura à liderança do partido propôs ao PSD um pacto para “salvar” a companhia aérea, mas sem sucesso.

“A resposta que tive do PSD foi uma resposta quase de crítica ao PS. A resposta que tive do presidente do Governo Regional [o social-democrata José Manuel Bolieiro] foi uma resposta vaga”, lembrou.

O executivo açoriano revelou na sexta-feira que o antigo diretor regional dos Transportes Aéreos Rui Coutinho será o novo presidente da companhia aérea SATA.

“Relativamente ao conselho de administração da SATA Holding, S.A., o Governo dos Açores indica para presidente o doutor Rui Miguel Furtado Coutinho, a quem incumbirá a indicação dos restantes elementos que constituirão a equipa no conselho de administração, que manterá todas as competências atualmente consagradas nos estatutos da companhia”, disse em conferência de imprensa a secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral.

A governante adiantou que Rui Coutinho “conta com uma experiência de vários anos no setor da aviação e transporte, tendo sido diretor regional dos Transportes Aéreos e Marítimos e diretor regional da Mobilidade”.

Rui Coutinho desempenhou ainda as funções de chefe do departamento de Operações Aeroportuárias do Aeroporto de Ponta Delgada, diretor do Aeroporto de Santa Maria e chefe de Divisão de Planeamento, Gestão e Controlo da Direção dos Aeroportos dos Açores, sob gestão da ANA Aeroportos de Portugal, “tendo coordenado as áreas de planeamento e controlo de gestão, investimentos, marketing, licenciamento, ambiente e sistemas de informação”, disse.

Berta Cabral acrescentou que o novo presidente da SATA terá como prioridade “o estrito cumprimento do Plano de Reestruturação aprovado pela Comissão Europeia”.

O futuro presidente da SATA vai ocupar o cargo que foi deixado vago por Teresa Gonçalves, que se demitiu em 09 de abril, por “motivos pessoais”, segundo o executivo açoriano.

 

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