A Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH), nos Açores, quer criar uma academia da Global Exploration Summit (Glex) na ilha Terceira, em parceria com o Explorers Club, para trazer todos os anos exploradores internacionais à ilha.

“A ideia, no fundo, é criar vários pequenos eventos ao longo do ano e fazer com que esses eventos sejam dirigidos à população dos Açores, seja ela estudantil, seja ela docente”, explicou, em declarações aos jornalistas, o presidente da associação empresarial Marcos Couto.

O desafio foi lançado pelo empresário na sessão de abertura da quinta edição da Glex, organizada pela Expanding World, com a curadoria do The Explorers Club, de Nova Iorque, que decorre, pelo segundo ano consecutivo, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

A Glex Academy é para já apenas uma ideia, mas Marcos Couto deu exemplos de iniciativas que já estão a decorrer e que se integrariam neste projeto.

“Quinta-feira, após a [cimeira] Glex, a professora Ana Pires, que fez a missão análoga [simulação de uma missão lunar realizada na Gruta do Natal] e que é a primeira cientista-astronauta portuguesa, vai ficar na ilha Terceira e vai fazer um ‘workshop’ para professores da região, gratuitamente”, revelou.

A Glex Summit promoveu também este ano o concurso “Explora Açores”, para jovens entre os 13 e os 18 anos e os três vencedores “vão ao Explorers Club de Nova Iorque passar um dia com exploradores mundiais”.

O presidente da CCAH defendeu que a Glex Academy poderia ainda atrair filhos de exploradores internacionais à ilha Terceira.

“Podemos trazer os filhos dos exploradores mundiais aqui. Trazendo os filhos, trazemos os pais, os avós, os primos, os amigos e damos uma alavancagem muito maior, com a possibilidade de lhes proporcionar coisas completamente diferentes”, sugeriu.

Para Marcos Couto a Glex Summit “é indiscutivelmente um evento altamente diferenciador” e pode abrir portas para outros projetos.

“Estes eventos são importantes para dar corpo, para dar visibilidade, mas há todo um outro trabalho que pode ser feito, com repercussões muito diretas nos nossos alunos, nos professores da região, no ‘know-how’ que trazemos”, vincou.

A cimeira realizou-se pelo segundo ano consecutivo em Angra do Heroísmo, contando com um apoio de 200 mil euros do município.

Marcos Couto lamentou que o apoio seja “exclusivamente camarário”, mas disse que “o importante é que estes eventos tragam retorno à ilha e à região”, alegando que isso “já é um facto consumado”.

“É um erro tremendo que a região comete de forma sistemática, os nossos políticos, os nossos governantes, que é esperar que seja esta gente a trazer-nos alguma coisa. Ficamos nós sentados de cadeira, achamos que colocamos o dinheiro em cima das coisas e que isto se resolve por si. A responsabilidade de dar visibilidade e continuidade a este tipo de eventos é nossa. Tenhamos nós essa capacidade, que eles são parceiros”, apontou.

A Glex Summit, que decorre até quarta-feira em Angra do Heroísmo, conta com 40 oradores convidados e cerca de 120 cientistas e exploradores inscritos.

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