O Governo dos Açores vai abrir um concurso para repor as condições de circulação na Estrada Regional 1-1.ª, no Raminho, na ilha Terceira, encerrada devido à crise sísmica em curso, e prevê a conclusão da obra em 2026.

Em declarações à Lusa na sequência de um requerimento do Chega/Açores, o diretor regional das Obras Públicas, Pedro Azevedo, esclareceu que a empreitada “deverá estar finalizada no primeiro semestre de 2026, estando orçada em cinco milhões de euros”.

A atual crise sísmica afeta a ilha Terceira desde 2022.

Pedro Azevedo adiantou que o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) já lançou, entretanto, um ajuste direto para “melhorar as condições de segurança e circulação no caminho alternativo” à estrada regional do Raminho.

Os trabalhos na via alternativa são desenvolvidos em parceria com a Secretaria Regional da Agricultura e Alimentação, de acordo com o diretor regional das Obras Públicas.

Os deputados do Chega/Açores haviam questionado o Governo Regional, num requerimento entregue na Assembleia Legislativa Regional, sobre a situação da estrada regional.

Na resposta ao requerimento (disponível no ‘site’ do parlamento regional), o secretário regional dos Assuntos Parlamentares, Paulo Estêvão, refere que o executivo açoriano está, “de momento, a terminar as peças do procedimento para o lançamento do concurso de conceção-construção para a empreitada de reposição das condições de circulação”.

É também indicado que a obra está orçada em quatro milhões de euros e que “o prazo da intervenção vai estar submetido a concurso”, tendo sido “definido um prazo máximo para a empreitada de 18 meses”.

“Estima-se que a obra esteja concluída no primeiro semestre de 2026”, frisa Paulo Estêvão.

O secretário regional afirma que “foram estudadas todas as soluções para a eventual reabertura, mesmo que parcial, do troço de estrada regional”, mas “devido à continuação da crise sísmica no local, associada à grande instabilidade dos taludes, e existindo uma alternativa viária, foi tomada a decisão de manter a via interrompida de forma a garantir a total segurança das pessoas”.

De acordo com a resposta do executivo, a Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, através da Direção Regional das Obras Públicas e do Laboratório Regional de Engenharia Civil, estudou “várias hipóteses para a estabilização, tanto do talude de escavação, como do talude de aterro”.

Foi ponderado, “tanto para nascente como para poente, a colocação de barreiras dinâmicas, entre outras soluções geotécnicas”.

Porém, “devido à grande heterogeneidade dos taludes, e não existindo uma só solução que garanta um projeto de execução rigoroso”, entendeu-se que “a melhor opção seria a adoção de um procedimento para a contratação de uma empreitada em regime de conceção-construção”.

O executivo assegura, em reposta ao Chega, que “não é possível uma solução célere, que garanta a segurança total dos utentes da via em apreço”.

Desde 24 de junho de 2022 que a atividade sísmica no vulcão de Santa Bárbara, na ilha Terceira, se encontra “acima dos valores normais de referência”, segundo o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).

Nos últimos meses, o número de sismos sentidos pela população aumentou, assim como a intensidade dos eventos.

 

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