A Associação para a Promoção e Proteção do Ambiente dos Açores (APPAA) reafirmou hoje a necessidade da educação ambiental na defesa da biodiversidade para “travar a destruição dos recursos naturais” e “o caminho das alterações climáticas”.

“É necessário reforçar os esforços da educação ambiental para todos, no sentido de ser alcançada uma maior e mais rápida mudança de hábitos. Estes não se conseguem alterar com maus exemplos, nem com o comodismo e laxismo de autoridades que cedem à ignorância atrevida”, lê-se numa mensagem a propósito do Dia Mundial do Ambiente, que se assinala na quarta-feira.

A Associação considera que “são cada vez mais urgentes e necessárias as decisões que contrariem os problemas causados ao ambiente pela ação humana”.

A APPAA alerta que também que a região é atingida por “fenómenos meteorológicos cada vez mais graves e frequentes”.

“O corte de espécies invasoras, nos taludes e linhas de água, visa prevenir consequências mais graves das inundações e enxurradas. No entanto, tal continuará a ser insuficiente se não houver reforço dos meios humanos e materiais e a adesão da população”, sublinha a Associação.

A defesa do ambiente permite que “os principais setores económicos – pecuária, pescas, agricultura e turismo – terão o seu futuro garantido com um ambiente saudável e equilibrado”, acrescenta.

A Associação para a Promoção e Proteção do Ambiente dos Açores assinala como “uma evolução positiva”, nas políticas públicas, as ações para alcançar a neutralidade carbónica, na gestão dos resíduos, no ordenamento do território e incentivo à economia circular.

“O bom exemplo da proibição do uso de clorofluorcarbonetos, tem resultado na diminuição do “buraco do ozono”. Porém, o problema causado pelo uso de combustíveis fósseis continua a agravar-se, apesar do desenvolvimento das energias alternativas”, é referido na nota enviada às redações.

São também “positivas as inovações” introduzidas na pecuária, que “reduzem o impacto no ambiente, nomeadamente na emissão de gases com efeito de estufa”.

Outro “bom exemplo será a produção agrícola diversificada com a utilização de plantas repelentes de pragas e, mais recentemente, o recurso a produtos fitossanitários usados na agricultura orgânica”, explica ainda a APPAA.

No entanto, mantém-se na região “o uso evitável de plástico não reutilizável de embalagens e noutras utilizações, como em decorações para festas, ou mesmo em manifestações em defesa do ambiente”, aponta a Associação, que critica ainda a ‘batalha’ de plásticos que ocorre pelo carnaval em Ponta Delgada”, na ilha de São Miguel.

No turismo, a Associação defende a necessidade de “corrigir aspetos negativos” na forma como é feita a subida à Montanha do Pico ou “os formatos definidos” para aceder aos miradouros da Lagoa do Fogo e ao Ilhéu de Vila Franca do Campo, pontos turísticos da ilha de São Miguel.

“A definição e a defesa de áreas protegidas, em terra e no mar, e a sua defesa não devem ser vencidas pelas pressões que surgem com o pretexto de prejudicarem a sustentabilidade económica. Pelo contrário, cada uma das restrições garante a segurança das pessoas e bens, a manutenção do habitat das espécies e a sua conservação”, justifica.

A APPAA refere ainda que o “uso dos derivados de petróleo, nomeadamente para o fabrico de plásticos, continua a causar graves prejuízos”, alegando que a reciclagem “não resolve tudo”.

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