O líder do PS/Açores acusou hoje o Governo Regional de estar a gerir a catástrofe no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) como um “assunto de fação” e não como uma “emergência regional”.

“Faz hoje mais de uma semana que o grupo parlamentar do PS se disponibilizou para ser parte da solução. Aquilo que temos ouvido por parte do Governo Regional é uma tentativa de gerir este assunto como se fosse de fação e não como uma emergência regional”, afirmou Vasco Cordeiro.

O dirigente socialista, que se reuniu hoje, acompanhado dos deputados do PS/Açores, com o conselho de administração do HDES, nas instalações do hospital, em Ponta Delgada, considerou que “era expectável” que o Governo Regional já tivesse divulgado uma estimativa dos danos causados pelo incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo.

O incêndio no HDES, em Ponta Delgada, que deflagrou no dia 04 de maio, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente.

Vasco Cordeiro referiu que “é compreensível que, 15 dias depois, não exista um levantamento rigoroso daqueles que são os custos desta situação”, mas “o que é expectável é que já tivessem sido tornadas públicas as estimativas, o que isso custará em 2024”.

O líder do PS/Açores acusa o executivo açoriano de “instrumentalização da informação, reservando-a apenas para alguns”, não tendo a “transparência e a clareza que a circunstância exige e os interesses dos açorianos impõem”.

“Há informação que não está a ser partilhada com todos os partidos políticos. A obrigação do Governo dos Açores é de ser transparente neste processo”, afirmou.

Vasco Cordeiro, que vai avançar com propostas, na próxima semana, para fazer face aos danos causados pelo incêndio, no âmbito da apreciação do Plano e Orçamento de 2024, considerou como “positivo e razoável” que a “modalidade de participação do Governo da República [nos custos com os danos do incêndio] seja igual àquela que foi a sua participação no Furacão Lorenzo”.

“Acho muito bem que se tenha alcançado este entendimento, que exista este compromisso da parte do Governo da República”, frisou.

Hoje, o presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro (PSD), referiu aos jornalistas que haverá financiamento da República para as obras a realizar no HDES e defendeu que a comparticipação deverá ser de 85% do valor da intervenção prevista, que ainda está por definir.

“Há um histórico em termos de compromisso que, no caso do furacão Lorenzo [que atingiu a região em outubro de 2019], o Estado se comprometeu a compensar a reparação dos danos em 85%. É esta a proposta que eu tenho para o Governo da República, neste caso, também assumir [a comparticipação da despesa] de forma solidária”, disse o líder do executivo açoriano no final de uma audiência com a direção da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), realizada no Palácio de Santana, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

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