Esta tragédia que nos bateu à porta com danos profundos no HDES apanha-nos numa fase de forte desequilíbrio financeiro estrutural do Sector Público Regional, cuja expressão mais evidente são as Receitas Próprias Regionais nem darem para pagar as Despesas de Funcionamento expressas na proposta de Orçamento da RAA para 2024, situação que tende a agravar-se com o atual modelo de relacionamento financeiro entre o Governo da República e o Governo Regional dos Açores (LFR) e o facto de a nossa economia não libertar meios para gerar receitas nem garantir um processo de convergência real dos Açores com o resto do País e a média da União Europeia.

Neste contexto, as opções que vierem a ser tomadas em relação ao futuro do HDES devem ser realistas, baseadas em pareceres e opções técnicas internas e externas fundamentadas (ouçam a Administração da EDA, SA), limitar opções fantasiosas e megalómanas, impedir que as aves de arribação e os abutres se aproveitem da situação, e ser muito pragramático e realista.

A situação é grave, mas pode ficar ainda mais grave, se ficarmos dependentes de “treinadores de bancada” e reféns de “interesses” que só vão atrasar as soluções que a população residente e presente da maior ilha dos Açores exije.

O importante é abrir aquela estrutura o mais rapidamente possível em segurança, e concentrar meios operacionais e humanos.

Paralelamente, é tempo de internamente e externamente (sei que não é fácil neste País, quando internamente parece que não nos entendemos) tomarmos consciência da situação real em que se encontra a nossa Autonomia, e arranjarmos soluções para os desequilíbrios evidentes, caso contrário, caminhamos para um beco sem saída, e de insustentabilidade.

É preciso internamente reverem-se prioridades e tomarmos todos consciência, que não é possível resolver tudo ao mesmo tempo, e muito menos termos também tudo ao mesmo tempo.

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