Foto: Cruz Vermelha (André Saudade)

O presidente do Governo dos Açores considerou hoje que continua a justificar-se a instalação de um hospital de campanha, embora a Cruz Vermelha também esteja a instalar um posto médico avançado, depois do incêndio no hospital de Ponta Delgada.

A instalação do hospital de campanha “não é uma emergência de véspera, mas programada”, afirmou o líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, salientando que se está a fazer as coisas “passo a passo”, na sequência do incêndio de sábado no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES).

José Manuel Bolieiro, que visitou hoje o posto médico avançado que a Cruz Vermelha está a montar em Ponta Delgada, no pavilhão gimnodesportivo da Escola Mãe de Deus, salientou a “proatividade que as Forças Armadas têm colocado” na instalação do hospital de campanha, estando-se a “preparar todos os meios assim que foram solicitados”.

O incêndio que deflagrou no sábado pelas 09:40 locais (10:40 em Lisboa) no HDES, e só foi declarado extinto às 16:11, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados.

Na altura do incêndio estavam no estabelecimento de saúde 333 doentes e foi necessário proceder à transferência de 240 para várias unidades da ilha de São Miguel, incluindo um hospital privado em Lagoa, para os hospitais das ilhas Terceira e Faial e para a Região Autónoma da Madeira.

Em declarações aos jornalistas durante a visita ao posto médico avançado da Cruz Vermelha, o líder do executivo açoriano disse que a estrutura tem “capacidade suficiente para todos os doentes que estão no centro de saúde de Ponta Delgada”, prevendo-se que os 34 pacientes sejam transferidos na sexta-feira.

“A partir de segunda-feira, o centro de saúde de Ponta Delgada está na sua plenitude de capacidade assistencial”, acrescentou o governante, adiantando também que 42 profissionais do HDES estarão no posto médico avançado da Cruz Vermelha.

Também em declarações aos jornalistas, a secretária regional da Saúde e Assuntos Sociais, Mónica Seidi, admitiu a possibilidade de “alocar outros doentes que entretanto tenham critério de admissão no regime de internamento” à estrutura da Cruz Vermelha.

Contudo, acrescentou, a situação “não se coloca neste momento, porque o centro de saúde da Ribeira Grande tem uma enfermaria de medicina interna” com capacidade para 28 utentes.

Mónica Seidi adiantou ainda que na próxima semana essa capacidade será duplicada e admitiu um reforço das linhas de saúde para atendimento da população caso se justifique.

Ainda segundo a titular da pasta da Saúde do Governo Regional, começaram hoje os trabalhos no terreno para permitir que o HDES “possa retomar de forma faseada alguma atividade”, nomeadamente a hemodiálise e os serviços do hospital de dia da oncologia.

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