O secretário-geral do PPM acusou hoje a ex-vice-presidente Aline Hall de Beuvink de se manifestar contra o congresso por não ter sido reconduzida na direção, assegurando a legalidade da reunião realizada no domingo na ilha do Corvo.
Em declarações à agência Lusa, Paulo Estêvão garantiu que a divulgação e a organização do congresso cumpriram com “todas as normas legais”, em reação ao anúncio de impugnação por parte da primeira vice-presidente demissionária do PPM, Aline Hall de Beuvink.
“Desta vez, não foi convidada para integrar as listas, logo, está contra. Está contra não ter sido incluída. Não está contra os procedimentos, senão já teria estado contra em anteriores congressos que foram marcados exatamente da mesma forma”, afirmou Estêvão.
O também líder do PPM nos Açores disse que o congresso foi publicitado na comunicação social e em Diário da República, tal como aconteceu nas reuniões de 2014 e 2019 em que Aline Hall de Beuvink foi eleita vice-presidente.
Paulo Estêvão lembrou ainda que aqueles congressos aconteceram na Horta, nos Açores, a propósito das críticas de Aline Hall de Beuvink acerca da realização do congresso na ilha açoriana do Corvo.
“As propostas que foram feitas para a realização noutros locais não apresentaram nenhuma capacidade de organização ou responsabilização para preparar o congresso. O congresso tem sido realizado nos Açores porque é a única estrutura ativa. Não há mais nenhuma estrutura com essa capacidade”, justificou.
O secretário-geral do PPM destacou que a estrutura regional dos Açores é a “única com êxito político”, uma vez que elege para a Assembleia Regional desde 2008 de forma isolada (à exceção das eleições regionais deste ano em que concorreram coligados com CDS-PP e PSD).
O também secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades no Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) assegurou que foram disponibilizadas aos participantes cópias do regulamento do congresso.
“A comissão organizadora tinha uma listagem das pessoas que estavam na sala, verificou-se a sua condição de militante e verificou-se se a quota estava paga. Isso foi feito com todos os militantes”, acrescentou.
Paulo Estêvão acusou ainda a ex-vice-presidente do partido de não ter participado em nenhuma reunião para preparar o congresso, nem de ter submetido moções ou propostas para a alteração dos estatutos.
“Por inerência, a ex-vice-presidente do partido fez parte do conselho nacional. Foram marcadas quatro ou cinco reuniões para preparação do congresso e em nenhuma delas a senhora vice-presidente esteve presente. Faltou a todas as reuniões de marcação do congresso”, visou.
O secretário-geral dos monárquicos afirmou que os estatutos previam a participação dos militantes das regiões autónomas por videoconferência, mas que não “estava previsto um regime de reciprocidade” para os militantes do continente: “Essa alteração ao estatuto foi feita e foi feita antes de qualquer declaração”, assinalou.
À agência Lusa, Aline Hall de Beuvink detalhou que o 26.º Congresso do PPM decorreu durante a tarde de domingo, entre as 14:00 e as 19:00, no Corvo e contou com a participação de 33 pessoas, apenas três vindas do continente.
Segundo disse, houve uma “quantidade de irregularidades” que não cumprem os estatutos, dando como exemplo a forma como o congresso foi anunciado, uma vez que “não houve comunicação aos militantes”, e o facto de não haver uma lista de militantes à entrada do congresso.