O presidente do Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, considerou hoje que as ilhas e as regiões periféricas e marítimas da Europa têm de se afirmar “como laboratórios do futuro”, com “capacidade de inovar”.

“Tal como afirmámos na Conferência dos Presidentes das Regiões Ultraperiféricas, as ilhas e estas regiões têm de se afirmar como laboratórios do futuro, com a capacidade de inovar, com a garantia de exercermos o direito de residir nas nossas ilhas e não precisarmos de migrar para encontrarmos oportunidades de felicidade”, afirmou José Manuel Bolieiro.

O líder do executivo açoriano falava esta tarde aos jornalistas, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, após ter participado na sessão de abertura da Assembleia Geral da Comissão das Ilhas da Conferência das Regiões Periféricas e Marítimas (CRPM), que decorre até quarta-feira naquela cidade açoriana.

Segundo José Manuel Bolieiro, as ilhas são também importantes em matéria de coesão social, de coesão territorial e para a afirmação do princípio da continuidade territorial, num período de grandes transições ao nível do clima, da energia, da mobilidade e da transição migratória.

Na declaração de abertura dos trabalhos, o presidente do executivo açoriano salientou a importância da coesão, num período em que ocorrem transições políticas e estratégicas na União Europeia e em alguns Estados-Membros.

“Esta foi uma declaração muito acentuada, unânime e reconhecida por todas as ilhas e […] estou convencido que, quer no quadro da Comissão das Regiões Periféricas Marítimas, quer mesmo no Comité das Regiões e da própria Comissão Europeia, estarão cientes desta nossa luta e, sobretudo, desta nossa razão”, admitiu.

José Manuel Bolieiro destacou também o facto de a Assembleia Geral da CRPM se realizar nos Açores.

“Com isso, marcamos também a nossa centralidade no debate político sobre as ilhas e a importância geoestratégica que as mesmas têm, desde logo na política europeia, na definição das políticas de coesão e na importância relevante do mar e do reconhecimento, não só dos constrangimentos ultraperiféricas, marítimos e insulares que subsistem, mas também com o nível da discussão quanto às oportunidades que as ilhas dão ao mundo e à política europeia”, disse.

Do programa da CRPM constam sessões dedicadas aos assuntos marítimos, à energia, aos transportes, ao ambiente e ao clima, além de uma sessão sobre o futuro das ilhas da União Europeia depois das próximas eleições europeias.

Em comunicado, o Governo dos Açores adiantou que participam nos trabalhos cerca de meia centena de membros de onze regiões insulares de países como Portugal (Açores e Madeira), Espanha (Canárias e Baleares), França (Bretanha, Córsega, Guadalupe e Reunião), Malta (Gozo), Estónia (Saarema) e Suécia (Gotlândia).

Participam ainda representantes da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu, do Comité das Regiões e do Conselho da União Europeia e de associações ligadas a diferentes realidades das ilhas.

A Comissão das Ilhas, que reúne em Assembleia Geral uma vez por ano, “é uma das seis comissões geográficas da CRPM, abrangendo 19 autoridades regionais insulares europeias situadas no Mediterrâneo, no Mar Báltico e nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico”, de acordo com o comunicado.

A sessão de encerramento, marcada para as 12:50 locais (13:50 em Lisboa) de quarta-feira, será presidida pelo vice-presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima.

O principal objetivo da Comissão das Ilhas é “incentivar as instituições europeias e os Estados-Membros a prestarem uma atenção especial às ilhas, a reconhecerem as desvantagens e vulnerabilidades permanentes resultantes da sua insularidade e a aplicarem as políticas mais adequadas às suas características específicas”.

 

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