O Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral, enalteceu, esta quinta-feira, o trabalho e vida de Antero de Quental, afirmando que “este pensador revolucionário da modernidade permanece vivo naquilo que é a nossa história e naquilo que é a nossa memória”.

O autarca falava no decorrer da cerimónia evocativa dos 182 anos do nascimento do poeta, que decorreu no Jardim Antero de Quental, e contou com a presença de alunos de várias escolas do concelho e figuras da sociedade civil e militar.

“Foi nossa intenção tirar Antero de Quental das bibliotecas e das zonas mais recônditas onde se fazem os estudos anterianos e trazê-los até vós, à nossa juventude. Queremos que a geração aqui presente, possa apreender de uma forma mais moderna e aberta aquilo que são os ensinamentos que esta grande figura nos deixou”, salientou o Pedro Nascimento Cabral.

Numa viajem ao passado, o autarca recordou que “o poeta das ilhas atlânticas” foi o “principal mentor de uma geração de intelectuais, defensor de ideias novas, crítico revolucionário das instituições e dos velhos poderes instituídos do século XIX, que impediam que Portugal pudesse encontrar o desenvolvimento e a modernidade que já se vivia no resto do continente europeu”.

Quanto ao presente e futuro, o Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada fez um paralelismo com as comemorações dos 50 anos do 25 de abril, elucidando para a pertinência da “voz” de Antero de Quental “que continua tão atual como a que hoje devemos ecoar sem medos e com a esperança de encontrar novos horizontes que tragam de volta valores essenciais à boa e sã convivência humana”.

“Tal como no passado, também vivemos hoje tempos difíceis, provocados por guerras que trazem ao de cima extremismos, crises financeiras e conflitos sociais, que procuram inibir os valores do humanismo e da liberdade”, sublinha o autarca, aproveitando a ocasião para lançar um desafio aos jovens presentes: “reflitam e conversem sobre a nossa história, entre vós, com os vossos professores e com os vossos pais. Conversem sem obstáculos e censuras. Falem sobre o que foi alcançado nos últimos séculos e sobre o que realmente importa sempre preservar”.

Para além da deposição de uma coroa de flores junto ao busto de Antero de Quental, seguida de um minuto de silêncio,  a cerimónia contou também com declamações de sonetos proporcionados pelos alunos da Escola Secundária Domingos Rebelo, Escola Secundária Antero de Quental e Colégio do Castanheiro, e uma intervenção pedagógica da professora universitária Maria do Céu Fraga.

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