O deputado e líder do Chega/Açores, José Pacheco, defendeu hoje a necessidade de “diferenciar” o preço do combustível usado na pesca e reivindicou um setor mais forte.

José Pacheco referiu que “ há pescadores que estão a ir ao mar e que apenas ganham o suficiente para pagar o combustível usado em cada viagem”.

O deputado reuniu hoje com a Cooperativa Porto de Abrigo, em Ponta Delgada, no âmbito da preparação para o debate do Plano e Orçamento para 2024.

“Noutros países há mecanismos que contrariam isto, em que determinados setores conseguem beneficiar do preço dos combustíveis muito mais barato. Não percebo como em Portugal, e especificamente nos Açores, não conseguimos pensar nisto”, afirmou.

José Pacheco considerou que “Portugal nunca soube negociar as suas quotas de pesca” e refere que “são os pescadores que dizem que Portugal está a perder quota de pesca para Espanha”.

“Isto porque, é preciso ter em conta que muitas das espécies capturadas na região são migratórias”, declarou o deputado, que exemplificou com o atum rabilho, que “nos Açores só pode ser apanhado como pesca acessória, o que significa que os barcos açorianos só podem apanhar entre um e cinco destes peixes de elevado valor acrescentado”.

“No entanto, noutros países com quotas mais elevadas, como Espanha, esse limite de capturas é bastante mais elevado. “Temos uma zona de pesca muito grande, mas não temos meios para usufruir dessa riqueza”, referiu o parlamentar.

No âmbito do encontro, a cooperativa Porto de Abrigo reivindicou a criação de uma linha de crédito mais vantajosa para a pesca, tendo o deputado José Pacheco concordado que “para uma reparação de um barco que custe 15 a 20 mil euros, não faz sentido que um armador tenha de hipotecar a sua casa”.

O parlamentar reiterou que estavam em atraso três anos de pagamento no âmbito do POSEI “dois dos quais foram pagos antes das eleições legislativas regionais, faltando ainda pagar um ano” de valores que diz estarem a fazer falta aos pescadores.

 

PUB