O Clube Desportivo Santa Clara, do qual sou o associado n.º 473, terá no próximo dia 15 de março uma importante Assembleia-Geral extraordinária. Da agenda da reunião magna consta um único ponto.
A saber: “Alteração dos Estatutos, incluindo a discussão e votação da alteração do emblema do Clube Desportivo Santa Clara”. A aprovação da referida alteração exige, nos termos do artigo 84.º dos referidos Estatutos, uma “maioria qualificada de, pelo menos, ¾ dos votos dos associados presentes.”
Bem sei que não será fácil atingir tão grande consenso, mas considero que seria importante dar este corajoso passo. Mudar não significa renegar o passado. O passado do Santa Clara é motivo de orgulho para todos os Santaclarenses. E assim será sempre.
Mas, simultaneamente, é preciso olhar para a frente. O futuro exige mudanças. Mudanças que mais não visam do que acompanhar a inevitável evolução dos tempos. O nosso Santa Clara é, desde há muito e cada vez mais forte, uma reconhecida marca num mercado muito concorrencial.
O Santa Clara é, à data que escrevo, o 19.º clube de Portugal no desporto rei. Daqui a um par de meses, estará – assim todos desejamos! – de regresso à montra principal do futebol português. Daqui a um par de anos, andará a ostentar regularmente a nossa bandeira por essa Europa fora. Para este meu desejo se concretizar, é fundamental que a marca Santa Clara, que até é muito mais do que um mero clube de futebol, não se confunda com qualquer outra marca.
Isto nada tem de desrespeito pelo emblema atual, que até já foi objeto de alguns retoques diferenciadores do símbolo original. E também nada tem contra o Sport Lisboa e Benfica. Respeito, totalmente, os adeptos que simpatizam ou até são mesmo associados dos dois clubes. Não é isso que está aqui em causa.
O nosso Santa Clara tem de ser inconfundível. O representante desportivo (e não só) maior da nossa Região, o nosso Santa Clara, não pode continuar por muito mais tempo a ostentar na camisola um emblema que não seja único no mundo. A imagem de um clube é fundamental para o seu futuro.
Se queremos ser grandes entre os grandes, não podemos ser vistos comos satélites de outros. A semelhança entre emblemas tem consequências a vários níveis, entre os quais se encontram o marketing e as receitas de merchandising. A grandeza de ser símbolo de uma Região e de um Povo espalhado pelo mundo não cabe numa cópia. Está na hora de virar a página.
O nosso Santa Clara é único e incomparável. Vamos, juntos, avançar rumo a um futuro ainda mais risonho. E quando digo juntos refiro-me ao Clube e à SAD. Se é que me estão a perceber….
