Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

As eleições deste domingo não entusiasmam tanto os eleitores quanto a escolha do Parlamento açoriano em 4 de fevereiro. É normal. O poder que está mais próximo, e que por isso mais influi na vida dos cidadãos, convoca outra atenção e envolvimento. Esta é uma boa consequência da Autonomia, mas que, obviamente, não justifica nem deve motivar o crescimento da abstenção.

A distribuição sistemática dos mandatos entre PSD e PS também para isso concorre. Só por uma vez tal aritmética foi diferente, com a intromissão de outra força política, no caso o PRD, em 1987, para prejuízo para os socialistas. Consequentemente, as próprias máquinas partidárias também se mobilizam menos nestes atos eleitorais, seja em militantes como nos meios de propaganda, agora por alguns eufemisticamente chamados de comunicação. A história não se repete, mas há uma tendência trágica para repetir as circunstâncias. Logo se verá.

Um dos temas da campanha nacional, nos últimos dias, foi a presença de antigos líderes partidários nos comícios – António Costa, Passos Coelho, Santana Lopes – cada um caça como pode. Até ao momento em que escrevo, o assunto ainda não havia saltado para esta banda do Atlântico e só o Doutor Mota Amaral marcara presença na apresentação dos candidatos da Aliança Democrática. Carlos César desapareceu de cena, por recato familiar ou recordando o insucesso da visita à Graciosa no derradeiro dia da campanha regional.

Já lá vai o tempo em que tiravam o chapéu à sua passagem, uns por reverência, muitos por obrigação. Sem poder efetivo, mingua a influência.

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