Os Açores, destino nacional convidado da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), vão aproveitar a presença na capital esta semana para passar a mensagem de que o território pode ser visitado “durante todo o ano”.

“Vamos ter uma frente do ‘stand’ com as letras ‘Açores’ recortadas, muito grandes e, entretanto, em baixo, em letras pequenas, ‘Todo o ano’. Para nós, o mercado nacional é o mercado principal para os Açores e este ano temos como propósito desmistificar que os Açores só são bons entre a primavera e o outono. Os Açores são bons para visitar durante todo o ano”, disse à agência Lusa a diretora Regional do Turismo.

Segundo Rosa Costa, no arquipélago há também oferta de inverno e todas as atividades que se podem fazer no verão no exterior – como passeios pedestres, passeios de bicicleta, observação de cetáceos – podem ser feitas também nesta estação, “com o complemento de atividades mais relacionadas com a cultura, com a gastronomia e vinhos, com o ‘wellness’”.

“Sentimos que no inverno o mercado nacional decresce e o mercado estrangeiro tem continuado a aumentar. Então queremos que o mercado nacional perceba que existe aqui uma oportunidade para vir visitar”, salientou, referindo que a região é “um destino de proximidade”.

Os Açores são o destino nacional convidado da edição deste ano da BTL, que vai decorrer entre quarta-feira e o dia 03 de março, no Parque das Nações, em Lisboa.

Segundo o Governo Regional, da participação açoriana na 34.ª edição da maior feira de turismo do país destaca-se, na quarta-feira, uma intervenção do presidente do executivo, José Manuel Bolieiro, e, no dia seguinte, a presença da secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, na conversa “Turismo dos Açores, perspetivas e desafios”.

O executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) referiu em comunicado que o ‘stand’ do arquipélago na BTL, da responsabilidade conjunta da Visit Azores e da AMRAA – Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores, “contará com a presença da própria Visit Azores, entidade responsável pela promoção turística externa da região, e com a representação dos 19 municípios açorianos, além de 29 empresas associadas da Visit Azores, que procurarão promover os seus produtos”.

A diretora Regional do Turismo adiantou que o espaço proporcionará “uma experiência imersiva sensorial” aos visitantes, para que as pessoas “sintam um bocadinho” o que significa visitarem os Açores e estarem no meio da natureza.

“Porque, apesar de termos vindo a aumentar a nossa notoriedade no mercado nacional, ainda há muita gente que não conhece os Açores, e este ano queremos muito fazer essa ação junto dos portugueses, porque no fundo a BTL é a maior feira de turismo de Portugal, muitas das pessoas que visitam a BTL vão escolher o seu próximo destino de férias. Estamos a falar de cerca de 35.000 visitantes”, justificou Rosa Costa.

Na sua opinião, o arquipélago continua num percurso de “desenvolvimento para a sustentabilidade”, mas já tem “um longo caminho feito” que o distingue nesta área, devido à aposta no segmento de natureza e aventura.

Há empresas já muito bem consolidadas – de alojamento, da animação turística, agências de viagens ou de ‘rent-a-car’ -, mas, sublinhou, “não havia ainda grande perceção do que é que eram os Açores nos mercados estrangeiros”. Nos últimos anos, conseguiu-se alcançar essa visibilidade.

“Quer seja através de ‘press trips’, quer seja através dos inúmeros prémios e nomeações que temos tido nos maiores órgãos de comunicação social portugueses e estrangeiros e nas revistas de referência, como a National Geographic Traveller, a National Geographic, até outras revistas de renome de turismo”, referiu.

A região também ganhou recentemente o prémio de Melhor Destino Natureza no World Travel Awards e é um destino turístico certificado para a sustentabilidade pela EarthCheck.

“É algo que não é um prémio, mas sim uma certificação que obriga a auditorias e a um crescimento, a uma verificação e a uma medição do desenvolvimento da região em várias matérias relacionadas com a sustentabilidade, que não tem a ver apenas com a parte ambiental, mas também com a parte social, com a parte da educação”, explicou.

Tendencialmente, lembrou, o turista também “quer o garante de que quando viaja para um destino de natureza esse destino desenvolve práticas sustentáveis”.

Questionada sobre o facto de, sobretudo em São Miguel, ocorrerem perturbações na mobilidade terrestre, sobretudo no verão, Rosa Costa referiu que uma das preocupações é encontrar soluções com a colaboração dos empresários locais.

“Estamos atentos e a estudar as áreas com maior visitação e que podem ter mais concentração nos picos de verão e repensar, tal como fizemos com o ‘shuttle’ da lagoa do Fogo, por exemplo, nas Sete Cidades, e também na área das Furnas, para que a experiência do turista não se degrade”, admitiu.

O crescimento do turismo regional, lembrou, tem sido rápido. A recuperação pós-pandemia foi “espetacular” e 2023 superou 2022. “É natural que existam alguns constrangimentos neste momento, mas estão a ser tratados, como é natural. E creio que não há um açoriano que não tenha esse propósito, esse foco de que realmente o turismo nos Açores só pode ser sustentável, não pode ser nunca um turismo massivo”, concluiu.

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