Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

No decurso da campanha eleitoral o dr. Cordeiro fez juras de humildade, afirmando ter compreendido quanto o povo lhe disse no sufrágio de 2020. Só duas ideias foram mais persistentes: não revogar qualquer direito ganho pelos açorianos durante a governação de Bolieiro e o perigo para a democracia que constituiria a participação do Chega no Governo Regional.

Para contrariar esta última hipótese, Vasco Cordeiro disse estar “disponível para dialogar com todos os partidos democráticos, autonomistas, que partilhem o núcleo essencial de valores de uma democracia e de um estado de direito e que possam contribuir para a estabilidade política que me parece que os açorianos precisam, querem urgentemente”. Insistiu: “Estas eleições devem servir para resolver a instabilidade (…) Agora, o povo é quem mais ordena e o povo decidirá o que entende sobre aquilo que se passou e sobre as perspetivas e os projetos que estão à sua frente para escolher”.

Nem por um instante estas sentenças se enquadraram no discurso socialista da última sexta-feira. Pelo contrário, toda a argumentação de Cordeiro se fundamentou no interesse partidário, no papel que o PS deverá ter na Oposição, em detrimento dos superiores interesses dos Açores. O apelo à convergência de todos os democratas foi uma farsa, apenas com o fito de regressar ao poder.

A inviabilização do Governo levará à convocação de novas eleições, no prazo mínimo de seis meses. E nessas circunstâncias vamos viver o ano todo com os duodécimos de 2023! Então, o aproveitamento dos fundos europeus já não é importante e urgente?

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