Os Açores registaram um recorde de dormidas em alojamentos turísticos em 2023, com cerca de 3,8 milhões, mas com uma redução homóloga no mês de dezembro, segundo dados do Serviço Regional de Estatística (SREA) divulgados hoje.

“No ano de 2023, o total de dormidas foi de 3,8 milhões, representando um acréscimo face ao ano anterior de 15,1%. Relativamente aos hóspedes, o número total foi de 1,2 milhões, valor superior em 14,8% relativamente ao ano 2022. Neste ano, a estada média situou-se nos 3,18 dias”, lê-se no relatório da atividade turística do SREA, relativo ao mês de dezembro, divulgado hoje.

Segundo os dados disponíveis na página do SREA, consultados pela Lusa, este é o valor mais elevado desde que há registos (2001).

O número total de dormidas em 2022 já tinha superado o valor mais elevado até então, verificado em 2019, antes da pandemia de covid-19, que afetou o setor nos dois anos seguintes.

A subida em 2023 foi superior à verificada no país, que apresentou um “acréscimo face ao ano anterior de 10,7%”.

A região registou, no entanto, uma redução de dormidas em alojamentos turísticos no último mês do ano.

“Em dezembro, no conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico (hotéis, hotéis-apartamentos, apartamentos turísticos, pousadas, unidades de alojamento local e unidades de turismo no espaço rural) dos Açores registaram-se 120,6 mil dormidas, valor inferior em 5,4% ao registado no mês homólogo”, adianta o SREA.

A descida neste mês contraria a tendência nacional, já que Portugal apresentou “uma variação homóloga positiva de 8,2%”.

O mercado nacional garantiu mais de metade (53,8%) das dormidas em alojamentos turísticos nos Açores em dezembro, com 64,9 mil, menos 9,1% do que no mesmo mês em 2022.

Já os mercados externos registaram 55,7 mil dormidas (46,2%), menos 0,5% do que no período homólogo.

Entre estes, os Estados Unidos da América destacaram-se como principal mercado emissor, com 10,4 mil dormidas (18,7% das dormidas de residentes no estrangeiro) e um crescimento homólogo de 19,5%.

Seguiu-se Espanha, com 9,3 mil dormidas (16,8%), ainda que tenha verificado uma variação homóloga negativa de 0,4%, e a Alemanha com 8,6 mil dormidas (15,4%), também com um decréscimo homólogo de 1,5%.

O Canadá foi o mercado que mais cresceu face a dezembro de 2022 (38%), seguindo-se a Noruega (33,6%).

Já Suécia (-48,7%), Dinamarca (-46,0%) e Países Baixos (-43,0%) registaram os maiores decréscimos homólogos.

A hotelaria concentrou 64% da totalidade de dormidas (77,2 mil), em dezembro, seguindo-se o alojamento local, com 32,9% (39,7 mil), e o turismo no espaço rural, com 3% (3,7 mil).

Considerando apenas os dois principais estabelecimentos de alojamento turístico, a hotelaria e o alojamento local, que concentraram 97% das dormidas, em dezembro houve uma quebra de 5,5% e em 2023 uma subida de 14,4%.

No valor acumulado de janeiro a dezembro todas as ilhas registaram uma subida face a 2022, com destaque para Santa Maria (21,2%), Flores (17,2%) e São Miguel (16,8%).

Os aumentos menos acentuados foram verificados nas ilhas Terceira (4,1%), Corvo (5,7%) e Faial (8,6%).

Já em dezembro, apenas cinco ilhas apresentaram um crescimento homólogo: Graciosa (80%), Corvo (37,5%), Flores (27,9%), Santa Maria (18,5%) e Terceira (5,3%).

A descida mais acentuada foi registada na ilha do Pico (-19,8%), seguindo-se São Jorge (-9,9%), São Miguel (-8,3%) e Faial (-3,7%).

Com 84,3 mil dormidas, a ilha de São Miguel, a maior do arquipélago, concentrou 72,1% do total de dormidas da hotelaria e alojamento local, em dezembro, seguindo-se a Terceira, com 19,6 mil dormidas (16,7%), o Faial, com 6 mil dormidas (5,1%), e o Pico, com 2,6 mil dormidas (2,2%).

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