O líder do BE/Açores considerou hoje fundamental que os açorianos digam o que querem nas legislativas regionais, bem como nas nacionais e europeias, e apelou ao voto num dia de sol em Ponta Delgada.
António Lima, que exerceu o seu direito de voto na vila das Capelas, no concelho de Ponta Delgada, pediu que os votantes “não deixem nas mãos de outros a sua decisão do que querem para o futuro” e garantam “que a democracia é valorizada, sabendo que ela nunca é totalmente garantida”.
Num dia de condições atmosféricas favoráveis, o candidato pelo círculo eleitoral de São Miguel e pela compensação admitiu que a abstenção “é um problema que existe na democracia”, sendo necessário que “as pessoas exerçam o direito de voto, não fiquem em casa”.
Questionado sobre se as convulsões políticas e democráticas em curso no país não potenciam a abstenção, António Lima disse esperar que “seja o contrário: Essas legislaturas que não terminaram tanto a nível nacional como regional, e todos os problemas que têm existido, se traduzam num alerta que é preciso efetivamente votar e participar na democracia”.
António Lima considerou que, se o voto no BE não se traduzir pela manutenção dos dois deputados eleitos em 2020, não haverá mexidas na liderança porque o partido “não funciona desta forma, não se tratando as vitórias como de uma pessoa só como não se trata os resultados menos positivos ou a derrotas como uma pessoa só”.
A afluência às urnas nas eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores foi de 13,77 por cento até às 11:00 (hora local, menos uma do que em Lisboa), segundo os dados oficiais.
Um total de 229.830 eleitores, mais 828 do que no sufrágio de 2020, está inscrito para escolher os 57 deputados da Assembleia Legislativa Regional.
Em 2020, à mesma hora, esta afluência ficou-se pelos 9,12% e quatro anos antes foi ainda mais baixa, situando-se nos 7,47%. A abstenção foi de 54,59% em 2020 e de 59,15% em 2016.
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para hoje, após o chumbo do Orçamento para este ano. Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.